Para ouvir em alto e bom som: Os 12 melhores álbuns de metal de 2023

Verdade seja dita: o ano de 2023 não foi, nem de longe, tão frutífero quanto o histórico e inigualável ano anterior (veja a nossa lista de 2022 aqui). Nem poderia ser, já que boa parte das bandas mais importantes do cenário rock n’ roll e heavy metal entregaram seus álbuns em 2022.

O que não significa, todavia, que não tenha havido vários lançamentos refrescantes e barulhentos o suficiente para acompanhar o peru de Natal do prezado leitor.

Mas antes de entrar no nosso Top12 do heavy metal de 2023, alguns esclarecimentos: esta não é uma lista cult, nem de revelações, nem de metal extremo, nem do underground de porão. Só são incluídos álbuns de estúdio completos e inéditos.

Além disso, os discos escolhidos não são os únicos bons do ano. Com isso, não há nenhuma pretensão de se causar polêmica ou de se criar a “lista definitiva”, apenas uma série de sugestões, como deveriam ser, afinal, todas as listas.

Sem mais delongas, vamos aos 12 álbuns que você vai apresentar para a vovó na mesa de
Natal… afinal, só 10 é muito pouco!

Menção Honrosa

A menção honrosa vai para algumas bandas que também fizeram bonito e por pouco não entraram na lista: Primal Fear (Code Red), Overkill (Scorched), Beyond the Black (Beyond the Black), Enforcer (Nostalgia), Spirit Adrift (Ghost at the Gallows), Ne Obliviscaris (Exul) e Therion (Leviathan III).

TOP 12 – ÁLBUNS DO ANO

12 – DELAIN – DARK WATERS

Os holandeses aplicam mais camadas de coros volumosos ao seu symphonic metal, mas também incorporam influências melódicas do rock de arena. Essa guinada cria dramaticidade na medida certa e faz de Dark Waters um álbum musicalmente colorido (ao contrário do que indica o título), que prova o renascimento da banda após a debandada de integrantes.

11 – INSOMNIUM – ANNO 1696

O álbum oferece um prog/melodic death metal repleto de variações, ambientações e nuances, executado por uma das bandas mais subestimadas do cenário. Mas o maior trunfo dos finlandeses é saber equilibrar a beleza sutil e delicada desses elementos com a brutalidade do metal extremo, criando uma rica experiência de audição, em que sempre há algo mais a se descobrir.

10 – SOEN – MEMORIAL

Apesar de pouco conhecida no Brasil, Soen é aquele tipo de banda que, uma vez descoberta, não será mais esquecida. Apenas dois anos após cravar a lista com Imperial (2021), os suecos retornam aos “melhores do ano” com seu heavy/prog metal direto, nada espalhafatoso e extremamente agradável.

O estimado leitor pode apostar na indicação: a banda é a prova viva de que ainda se faz heavy metal da mais alta qualidade sem vocais guturais e sem fotocopiar os anos 1980.

9 – ORBIT CULTURE – DESCENT

O novo álbum mostra porque o Orbit Culture vem ganhando um status “cult” de respeito e reconhecimento cada vez maiores, em uma cena tão competitiva quanto o melodic death metal sueco. A banda aprendeu com os professores do gênero e não perde tempo tentando reinventar a roda, prefere só destruir o carro inteiro.

8 – GODSMACK – LIGHTING UP THE SKY

Hard rock alternativo com alto potencial radiofônico, simplista e empolgante, que serve de trilha sonora para uma mesa de bar ou um road trip ao típico estilo norte-americano. Caso Lighting Up The Sky seja realmente o último disco do Godsmack, terá sido um encerramento digno para uma sólida carreira.

7 – KATATONIA – SKY VOID OF STARS

Os mestres da melancolia estão de volta! Os suecos seguem aperfeiçoando seu dark prog metal elegante e de muito bom gosto, típico dessa banda que há tempos enterrou qualquer resquício do metal extremo executado no passado.

Como não é de se esperar por menos, Sky Void of Stars é refinado, introspectivo e reflexivo, feito para ser apreciado com atenção, com um headphone de qualidade em uma noite fria.

6 – SYLOSIS – A SIGN OF THINGS TO COME

Martelada na cara! Falar de pancadaria e vocais raivosos no universo heavy metal parece chover no molhado, mas não é fácil canalizar a agressividade com tanta categoria quanto o Sylosis faz em A Sign of Things to Come.

Abrindo pouco espaço para passagens limpas e progressivas, a sonoridade monstruosa do álbum reside em algum lugar entre metalcore, thrash e melodic death metal, mas o importante mesmo é que os britânicos descem o porrete sem dó.

5 – BURY TOMORROW – THE SEVENTH SUN

O novo registro dos britânicos surpreende pela precisão milimétrica, quase cronometrada, com que as partes se encaixam. Ao contrário de tantos casos por aí, em que esse processo soa genérico e forçado, o metalcore diversificado de The Seventh Sun transita com naturalidade ímpar entre quebrar o pescoço e cantar junto, sem apelar para vocais chorosos e sem perder a mão por um momento sequer.

Tão natural, que é como se a música já estivesse ali desde sempre, só esperando para ser descoberta. O melhor disco da carreira, de longe.

4 – IN FLAMES – FOREGONE

Os gigantes suecos entregam hits explosivos e fogem dos fillers embaraçosos em seu álbum mais pesado e cativante em uma década, que remete àquela banda sedenta e imparável dos anos 2000. Foregone não é exatamente um retorno às raízes do melodic death metal, mas aproveita muito bem essas raízes ao misturá-las com ingredientes do metal alternativo de tempos mais recentes, de forma a criar uma alquimia poderosa que consegue agradar aos fãs de ambas as fases.

Em tempo: State of Slow Decay é daquelas músicas que fazem o sujeito agradecer por ter conhecido a banda um dia.

3 – WITHIN TEMPTATION – BLEED OUT

Nos últimos anos, a icônica banda de symphonic metal acabou transformando sua veia pop em uma artéria central. Entretanto, Bleed Out não só marca o retorno do Within Temptation ao heavy metal orientado às guitarras, como representa seu registro mais pesado e sombrio até o momento.

Atual e relevante, tanto na sonoridade quanto nos temas líricos, o álbum entrega um desfile de riffs grooveados e breakdowns modernosos enquanto embarca em uma pomposa jornada cinemática pelos problemas do mundo contemporâneo. Seguramente, os holandeses vivem um dos melhores momentos da carreira.

2 – METALLICA – 72 SEASONS

Densidade lírica, riffs pujantes e o sentimento de coesão de um álbum que faz sentido por inteiro. O baú de ferramentas de 72 Seasons contém faixas que exalam puro Motörhead, faixas cadenciadas de um peso Sabbathiano, melodias maliciosas ao estilo Mercyful Fate e aquela atmosfera de desert rock à moda Thin Lizzy.

Ou seja, contém o próprio Metallica em sua essência, do thrash ao hard & heavy, de Kill ‘Em All a Load. Justamente ao revisitar influências de sua história, talvez tentando se arriscar menos, a instituição americana consegue liberar sua criatividade e entregar mais: é seu álbum mais consistente e mais oldschool em décadas, que só não levou o título em 2023 pois enfrentou um prodígio difícil de ser batido.

1 – AVATAR – DANCE DEVIL DANCE

Insano, animalesco, fora de controle e chutando bundas em um raio de mil quilômetros! Os suecos mostram por que vêm se tornando uma das maiores bandas do planeta e colocam na praça o melhor disco da carreira, uma obra-prima repleta de groove, intensidade e melodia, que explode a cabeça do ouvinte do primeiro ao último minuto.

Os rótulos nunca foram suficientes para explicar a sonoridade do grupo, capaz de misturar tantas diferentes escolas do heavy metal e ainda construir uma identidade única, traçada no caráter teatral do bizarro. Sem muitas dúvidas, Dance Devil Dance sai com o título de disco do ano de 2023.

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