William Burroughs foi o guru inventor do termo heavy metal

Hoje em dia, as palavras heavy metal têm aderência nos quatro cantos do planeta, pois ganhou a responsabilidade de definir um dos estilos musicais mais conhecidos do mundo. Mesmo em países com regimes extremos como no Egito e no Irã, em que é crime, inclusive passível de cárcere e açoitamento, curtir sons pesados, o heavy metal se faz presente na sociedade.

Sabemos que o Black Sabbath é considerado o primeiro grupo do estilo! O quarteto de Birmingham, Inglaterra, formado por Ozzy Osbourne (vocal), Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (baterista), iniciou a saga metálica recheando suas músicas com trítonos, muito peso nas linhas instrumentais, vocais demoníacos e letras fermentadas no ocultismo.

Daí em adiante, o gênero ganhou corpo com mais adeptos e fãs e mais publicidade com os fanáticos religiosos e “cidadãos de bem”. O resto, como dizem por aí, é história. Contudo, cabe lançarmos luz na origem do termo heavy metal.

Não foram os músicos do Steppenwolf, na letra do hino easy rider, Born to Be Wild; tampouco Ozzy e seus camaradas do Sabbath os criadores das duas palavrinhas mágicas. Foi o escritor, romancista e crítico social norte-americano William Burroughs quem criou o termo no primeiro livro da trilogia de ficção científica The Soft Machine, de 1961.

Burroughs cunhou o termo The Heavy Metal Kid para descrever o personagem Uranian Willy. De acordo com o autor, a expressão tinha a ver com algo viciante; em específico, o termo fora associado ao vício em drogas ilícitas.

A expressão chegou a aparecer nas subsequentes obras literárias de William, que expressava, por exemplo, sua dor emocional por ter matado acidentalmente sua esposa, Joan Vollmer, com um tiro na cabeça.

Heavy na música

A primeira ponte entre o termo heavy metal e a música fora com o citado Steppenwolf. Em determinado verso de Born to Be Wild, o compositor Mars Bonfire escreveu: “I like smoke and lightnin’. Heavy metal thunder”. A pretensão do artista era capturar, por meio das palavras, a experiência de dirigir um carro ou motocicleta nas estradas desertas da Califórnia, Estados Unidos.

Segundo Mars, e diferente do que possamos imaginar, a inspiração para o termo veio da tabela periódica do químico e físico russo Dmitri Mendeleev. Ou seja, a aspiração não chegou por intermédio dos romances de William Burroughs.

Ainda no final da década de 1960, já como uma forma deliberada de consagrar o estilo musical pesado que estava despontando no mercado, o jornalista e crítico musical, Lester Bangs, que escrevia para as revistas Creem e Rolling Stone e era voraz leitor de Burroughs, usou o termo heavy metal para retratar a faceta sonora que ganharia representação e fãs em todos os cantos do globo nos anos seguintes.

No comecinho dos anos 70, outros nomes da comunicação e da seara musical como Mike Saunders também colaboraram para que o nome heavy metal ganhasse ainda mais eco e vingasse como a forma apropriada de empacotar o som peso-pesado que estava fazendo – e ainda faz – a alegria da turma que curtia riffs e solos de guitarra poderosos. O resto da história todos nós conhecemos.

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