Ozzy Osbourne: Ordinary Man

Longos dez anos é o tempo que os fãs do eterno Madman, Ozzy Osbourne, tiveram que esperar para ouvir o sucessor do vacilante Scream (2010). Com o título de Ordinary Man, o novo material de estúdio do Príncipe das Trevas, o décimo segundo álbum de sua carreira solo, tinha a obrigação de estar, no mínimo, no patamar de lançamentos anteriores como Black Rain (2007) e Down to Earth (2001), no entanto, o disco falha em tal missão e reserva poucos momentos de brilhantismo.

Straight to Hell é a faixa que começa Ordinary Man e é em disparada a melhor canção do disco, presenteando o ouvinte com todos os já manjados cacoetes da carreira solo do Madman, ou seja, está lá o peso, riff pujante e sua maravilhosa voz anasalada. O nível ainda contínua em alta com a balada All my Life, que conta com bela melodia vocal e interessante conteúdo lírico.

Goodbye, que é a terceira canção do disco, se esforça para manter o pique das duas músicas anteriores, todavia, é neste momento que Ordinary Man começa a fracassar, transformando-se em um emaranhado de acordes e melodias perdidos, evidenciando que a produção de OM foi descuidada e relaxada, o que fez, infelizmente, o trabalho naufragar antes dos quinze minutos de audição.

Como desgraça pouca é bobagem, Ordinary Man se afunda mais no poço com o sofrível timbre e performance do guitarrista Andrew Watt, que também ficou responsável pela produção do álbum. Se o ouvinte quer exemplo de tal limitação de Andrew Watt, é só botar para rolar Under the Graveyard e torcer para que os seus ouvidos não sangrem antes do fim da música.

Boas ideias melódicas como em Scary Little Green Men e na faixa-título, que conta com a participação do incrível Elton John, são perdidas pela já citada infeliz produção. A tentativa de Ozzy em soar moderno com o punk de boutique de It’s a Raid, que ainda conta com a participação do péssimo rapper Post Malone, é medonho e pode ostentar o prêmio de ser a pior canção de sua carreira. A pá de cal em Ordinary Man vem com a pavorosa Take What You Want, que também tem a participação de Post Malone e do não menos ruim rapper Travis Scott.

Em quase cinquenta minutos de música, Ordinary Man se firma, lamentavelmente, como um dos piores registros de estúdio de Ozzy Osbourne. A ideia de trabalhar com um novo time: Duff McKagan (baixo, Guns n’ Roses), Chad Smith (bateria, Red Hot Chili Peppers) e Andrew Watt (guitarra) foi boa só no papel, já que na prática o tiro saiu pela culatra e o resultado ficou aquém do esperado para um artista do quilate do querido, Príncipe das Trevas.

Tracklisting de Ordinary Man:

1. “Straight to Hell”
2. “All my Life”
3. “Goodbye”
4. “Ordinary Man” (part. Elton John)
5. “Under the Graveyard”
6. “Eat Me”
7. “Today is the End”
8. “Scary Little Green Men”
9. “Holy for Tonight”
10. “It’s a Raid” (part. Post Malone)
11. “Take What You Want” (part. Post Malone e Travis Scott)

Nota: 3

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