Mestres do ritmo: 10 bateristas que fazem muita falta ao rock n’ roll e heavy metal

Basta um olhar analítico no trabalho de nossos heróis da música para percebermos o quanto suas abordagens musicais constituem o bê-á-bá do som que tanto apreciamos. No rock n’ roll e heavy metal, uma infinidade de músicos proveram valiosas contribuições na seara técnica, estética, comportamental e cultural. Alguns desses instrumentistas já faleceram, infelizmente. Contudo suas respectivas obras musicais vivem de forma plena e gozam de um prestígio absoluto.

Dessa forma, dedicamos esta matéria aos saudosos bateristas que nos presentearam com seus talentos artísticos e contribuíram para a evolução do instrumento, provendo uma fonte inesgotável de boas ideias musicais para seus seguidores.

1. Keith Moon – The Who

“Quando me interessei por música, eu queria tocar bateria como Keith Moon, eu não queria ser vocalista”, afirmou Bruce Dickinson, certa vez. Bem, para ser objeto de ambição de Dickinson, o músico tem que ser, no mínimo, espetacular, mas Moon era muito mais que isso. Caótica, animalesca e quase sobrenatural era a maneira como o músico dava vida a sua arte. De My Generation a Who Are You, Keith entregou uma performance vigorosa e pujante.

Keith Moon morreu em 7 de setembro de 1978, aos 32 anos, devido a uma overdose de medicamentos.

2. Neil Peart – Rush

O Professor! O título recebido por Neil pelos fãs e comunidade musical fala muito sobre sua celebrada carreira e status. Peart não foi um baterista comum, apegado ao confortável 4/4! Longe disso, a banalidade sempre fora o extremo oposto da representação artística de Neil, pois o seu propósito incessante de se superar o gabaritou a novos territórios técnicos, onde somente ele transitou. Absorver conhecimento de outras jurisdições musicais era praxe para o baterista, e o processo de burilamento técnico e intelectual foi uma constante até ao limite de seu corpo físico.

Neil Peart morreu em 7 de janeiro de 2020, após uma batalha de três anos contra o glioblastoma, uma forma agressiva de câncer no cérebro. O baterista tinha 67 anos.

3. John Bonham – Led Zeppelin

Com a delicadeza de um lenhador, John edificou sua música e estilo de tocar! Tudo bem, Bonham não era só porrada e bomba, e um desenfreado salve-se quem puder a tônica de seu estilo. Tinha muita elegância em seu playing, onde o pano de fundo era uma simbiose de jazz e blues. Dinâmica musical era uma das especialidades do músico, pois conseguia soar como uma avalanche sonora e, segundos depois, era a pura essência da delicadeza.

Tal qual seu amigo Keith Moon, John Bonham morreu aos 32 anos, em 25 de setembro de 1980, devido cavalares abusos das mais diferentes substâncias, o que o levou a cair em sono profundo e sufocar no próprio vômito.

4. Charlie Watts – The Rolling Stones

Visualmente e tecnicamente, Watts era antítese do rockstar; caras e bocas e outras tantas efemeridades, Charlie deixava a cargo do afetado Mick Jagger. Barba feita, terno passado, gravata discreta e sapatos engraxados, a elegância visual do músico exprimia sua perspectiva musical. Sempre firme, conciso e na medida certa – nem mais, nem menos – Watts fora o motor propulsor da carreira dos Stones e o terreno firme onde Keith Richards pôde manifestar sua arte.

Charlie Watts faleceu aos 80 anos, em 2021. A causa da morte do baterista ainda é desconhecida.

5. A. J. Pero – Twisted Sister

A década de 1980 não seria tão incrível sem a presença do Twisted Sister! Dee Snider & Cia trataram de chocar a sociedade norte-americana com maquiagem carregada, performances sexuais e provocativas e boas doses de deboche e sarcasmo. O hard rock ligado na voltagem 666 praticado pela banda é cortesia do trabalho robusto de A. J. Pero nas linhas de bateria. Firulas e truques mirabolantes no estilo Tommy Lee não eram a praia de Pero, o foco era entregar o arroz com feijão, mas executado de forma impecável.

A. J. Pero morreu aos 55 anos, no dia 20 de março de 2015, vítima de um ataque cardíaco.

6. Jeff Porcaro – Toto

Jeff foi um músico de estúdio extremamente requisitado pelos mais diferentes artistas, estúdios e produtores musicais dos Estados Unidos. Com uma bagagem musical sem precedentes, Porcaro refinou o rock n’ roll e o AOR com influências de funk e jazz. O senso rítmico e a precisão de Jeff era fora do comum, a ponto de ser considerado um metrônomo ambulante. A capacidade de traduzir o complexo para uma linguagem palatável aos ouvidos é um dos muitos trunfos da carreira do músico.

Jeff Porcaro desencarnou aos 38 anos, no dia 5 de agosto de 1992. A causa já foi atribuída a reação alérgica a um pesticida. Porém, há outra frente que acredita no uso excessivo de substâncias ilícitas e, consequentemente, num ataque cardíaco.

7. James “The Rev” Sullivan – Avenged Sevenfold

Aos olhos dos mais desavisados e ou puristas de plantão, o pseudônimo, tatuagens e o estilão rockstar dão a ideia de ser um músico focado somente na perfumaria, com pouco ou nenhum conteúdo para apresentar. Porém, essa é uma maneira demasiadamente errônea de perceber o trabalho de The Rev.

A pegada de Sullivan era calcada em duas distintas forças: primeira, na velocidade, intensidade e brutalidade do playing; a outra faceta era direcionada as soluções rítmicas sutis, com combinações complexas de mão e pé. Sendo assim, o vigor e a sofisticação andavam lado a lado no playing de Sullivan.

James “The Rev” Sullivan morreu aos 28 anos, em 28 de dezembro de 2009, por conta de uma overdose acidental.

8. Joey Jordison – Slipknot

A baixa estatura e o físico franzino podiam passar a falsa ideia de que Jordison era um instrumentista medíocre e de pouca capacidade corpórea para dar conta da explosão musical proposta pelo Slipknot, desde seu primeiro registro de estúdio. De maneira oposta, o som vindo da bateria de Joey era gigantesco, brutal e extremamente técnico. Técnicas como blast beat e bumbo duplo, aliadas a diferentes conduções e padrões, eram o parque de diversão de JJ.

Joey Jordison partiu no dia 26 de julho de 2021, aos 46 anos. O músico sofria de mielite transversa, uma doença neurológica que causa inflamação de partes da medula espinhal. Entretanto, a causa da morte nunca foi revelada.

9. Nick Menza – Megadeth

De roadie a rockstar; esse é um resumo da vida profissional de Menza! Nick ganhou o merecido status como um dos maiores bateristas do thrash metal, pois conseguiu incorporar na música pesada influências do R&B e funk, assim proporcionou novas facetas musicais ao Megadeth. Menza era um arquiteto do ritmo, usava sua apurada técnica em prol da música, jamais para estampar a vaidade que tanto infesta o meio musical.

Nick Menza faleceu em 21 de maio de 2016, aos 51 anos, devido um ataque cardíaco enquanto se apresentava com a banda OHM, em Los Angeles.

10. Pat Torpey – Mr. Big

Pat é um dos big four do Mr. Big! A eloquência musical de Torpey é rara, visto a sua ímpar capacidade de reduzir aos ouvidos do público a complexidade de seu playing. Uma pessoa inadvertida facilmente tacharia o som do Mr. Big como um pop açucarado e com pouca abrangência musical. Na verdade, é o extremo oposto disto, dado, por exemplo, as nuances rítmicas apresentadas pelo baterista. Pat era a fina flor da bem-vinda mistura do simples e acessível com o complexo e o intrincado.

Pat Torpey morreu no dia 7 de fevereiro de 2018, aos 64 anos, por conta de problemas ocasionados pelo mal de Parkinson.

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