Avantasia: Constelação Europeia em São Paulo

O ano de 2010 já está nos 45 do segundo tempo, foram muitos os artistas internacionais que deram o ar da graça pelas bandas de cá, desde o clássico trio canadense Rush à nova geração do metal como Avanged Sevenfold.

Mas estava faltando à cereja do bolo, àquela que fecharia com chave de ouro esse que foi um ano especial para todos os ‘rockers’ do país, e, com certeza, não era qualquer banda com gabarito para tal, então, a escolha foi mais que bem acertada com o projeto-banda de opera rock do músico alemão Tobias Sammet Avantasia.

Por se tratar de uma opera rock, o Avantasia possui, em todos os seus cinco álbuns de estúdio, uma estória bem desenvolvida e amarrada e com vários personagens, portanto, para interpretar cada um desses personagens sempre é escolhido suprassumo do heavy metal europeu como os vocalistas Michael Kiske (ex-Helloween); Kai Hansen (Gamma Ray e ex-Helloween); Jorn Lande (Masterplan) e Bob Catley (Magnum) – o Avantasia conta ainda com Tobias Sammet (vocal); Amanda Somerville (backing vocal); Sascha Paeth (guitarra); Robert Hunecke (baixo); Miro Rodenberg (teclado) e Felix Bohnke (bateria) – para dar vida às grandes canções do projeto-banda, e foi, exatamente, esse time de estrelas que aportou no último dia 13, no Centro de Tradições Nordestinas, em São Paulo, para uma única apresentação e, lógico, fechar o ano com grande classe.

“Twisted Mind” foi a responsável por abrir a noite e sem demora cede lugar à também empolgante The “Scarecrow”, em seguida, o simpático vocalista Tobias Sammet faz as honras da casa saudando e convidando a todos festejarem junto com ele, o que nem precisava porque as canções seguintes “Promised Land” e “Serpents in Paradise” já são por essência um belo convite a festa.

“The Story Ain’t Over” é a calmaria antes da tempestade quando a lenda – ou The Voice (a voz) como disse o próprio Sammet – Michael Kiske roubou todos os holofotes do show ao cantar a brilhante “Reach Out For The Light”, ovacionado pelo público Kiske se desculpa por nunca ter vindo ao Brasil antes, e ainda acrescenta que com aquela recepção não demorará nadinha para uma volta aos palcos brasileiros. Assim sejam suas palavras.

Kai Hansen é outra figura lendária do heavy metal e para ele o papel de malvado lhe caiu como uma luva em “Death Is Just a Feeling”, irrepreensível sua interpretação com direito à cartola e bengala no melhor estilo burlesco, burlesco com boas doses de maldade, diga-se.

“Lost In Space” as atenções são divididas entre Jorn Lande, Bob Catley e Tobias, sendo um dos pontos altos do show. “In Quest for”; “Runaway Train” e “Dying For An Angel” preparam o terreno para Michael Kiske em Stargazers, em seguida, é a vez de a bela Amanda Somerville brilhar com uma grande interpretação na canção “Farewell”, e para fechar a primeira parte do show nada melhor que a “The Wicked Symphony”.

Na volta “The Toy Master” e a pesada “Shelter From The Rain” deixam claro que cansaço era a última coisa a se pensar tanto para o público quanto para banda, afinal, aquela cumplicidade mostrada por ambas às partes é uma coisa rara nos dias de hoje, isso é fato. Na música homônima à banda o vocalista Tobias Sammet faz a apresentação dos músicos e brinda a plateia com uma irretocável execução. O grand finale é com a mega clássica “Sign Of The Cross” emendada no refrão da pomposa “The Seven Angels”.

A bola fora fica por conta da escolha da casa de show, o Centro de Tradições Nordestina não possui uma infraestrutura adequada ao público heavy metal, tampouco uma acústica para receber concertos desse porte. Esse é apenas um detalhe que será, com certeza, reparado na próxima vez, porque eles voltarão, ah se voltarão.

Por Marcelo Prudente

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