Alex Lifeson é um dos guitarristas menos valorizados do rock

O crème de la crème da guitarra mundial tem representantes nos mais diversos estilos: no jazz, com John McLaughlin, Wes Montgomery, Les Paul e Django Reinhardt; no blues, com Stevie Ray Vaughan, Buddy Guy, B.B. King e Joe Bonamassa; no fusion, com Allan Holdsworth, Mike Oldfield, Scott Henderson e Greg Howe e, naturalmente, no rock/metal representados por Eddie Van Halen, Randy Rhoads, Paul Gilbert e Michael Schenker.

Mas basta um olhar mais atento e profundo para nos darmos conta de quanto as escolhas dos mais celebrados recaem invariavelmente nos mesmos nomes. Muito longe de desmerecê-los, jamais! Porém existem muitos outros músicos de qualidade ímpar que merecem tanta atenção quantos os citados – quiçá até mais dedicação, visto o fato de terem ficado abaixo do radar do grande público ao longo da carreira.

O guitarrista do Rush, Alex Lifeson, por exemplo, é um músico que vem colaborando com a edificação e disseminação da cultura guitarrística voltada para os arranjos e dinâmicas. Alex atua como os mestres da alfaiataria italiana e inglesa, onde cada brecha e espaço é preenchida com o elemento necessário, jamais com o supérfluo.

Em meio ao progressivo intricado, alquimias melódicas e harmônicas e complexos acordes e ritmos, Lifeson lança mão de uma vasta gama de recursos como vibratos, bends e ligados ascendentes e descendentes, assim como uma variedade de timbres e nuances. O resultado emocional do playing do canadense no ouvinte é instantâneo, já que é simplesmente impossível passar incólume as frases e resoluções sonoras proporcionadas pelo guitar hero.

O quê galhofeiro e a natureza leve também são temperos significativos no playing e performances de Alex, circunstâncias facilmente percebidas em suas apresentações ao vivo. Poucos instrumentistas conseguem transformar a experiência de tocar guitarra em um elixir e bálsamo para a alma, e Lifeson lança mão desta dádiva sem um pingo de esforço.

É fácil, fácil notar a grandiosidade musical de Lifeson no elegante solo de Limelight; no riff à la acorda defunto de 2012; no timbre de The Pass ou nas experimentações de Red Sector A. Com muita criatividade, Alex fora parte vital para consagração do Rush como pedra fundamental do rock n’ roll e heavy metal.

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