Steve Hackett explica por que era difícil trabalhar no Genesis: “Era uma banda muito competitiva”

Durante entrevista recente para a Ultimate Guitar, Steve Hackett discutiu seu trabalho com o Genesis – e, em particular, como foi trabalhar com Peter Gabriel, pouco antes do cantor deixar a banda em 1975.

“Eu diria que trabalhar com Peter Gabriel foi um pouco mais fácil nos estágios iniciais do desenvolvimento do Genesis”, disse o guitarrista. “E acho que fizemos alguns álbuns maravilhosos juntos – ‘Foxtrot’ e ‘Selling England by the Pound’, eu acho, são álbuns fenomenais. Não acho que exista uma faixa fraca em nenhum desses álbuns. E essa é a força da equipe de compositores se reunindo”.

E acrescentou: “Na época em que chegou ‘The Lamb Lies Down On Broadway’ – o último álbum de Peter com o Genesis – a banda estava começando a se fragmentar. Era óbvio que Peter não iria ficar. Parecia haver uma competição entre Peter e Tony [Banks] – para ver quanto espaço de áudio eles poderiam preencher. E isso significa que você tem um trabalho de teclado virtuoso e muito engajado e letras baseadas em narrativas de Peter, muito engajadas também. E esses dois caminhos pareciam estar em desacordo. Tornou-se mais difícil definir o que os outros instrumentos poderiam fazer – porque havia menos ‘espaço para respirar’, como resultado disso”.

Hackett continuou dizendo que, embora ‘The Lamb’ tenha muitas faixas maravilhosas, não dá para ouvir os detalhes que estavam nesse álbum. “Havia muitos detalhes nele – o som surround e as mixagens posteriores trouxeram de volta os detalhes que sempre deveriam ter estado nele, mas acho que as limitações da mixagem na época e várias personalidades competindo por espaço… Caiu naquele enigma clássico sobre o que os grupos têm que enfrentar quando há um jogo de poder. Onde há agendas separadas. No entanto, muito interessante – e eu realmente gostei do trabalho de Peter depois da banda”, ele explicou.

“Éramos – e ainda somos – amigos. Me lembro de elogiá-lo, principalmente quando ele gravou seu terceiro álbum, e pensei que ele havia desenvolvido seu próprio estilo”, Hackett disse. “Isso foi antes de ele aderir totalmente à ideia da world music – que gosto de pensar que tive alguma influência nisso, com o uso de vários instrumentos. Com o Genesis, eu usava kalimba, autoharp – todas essas coisas pelas quais não me dava crédito; apenas porque pensava: ‘É uma banda muito competitiva. Só serei criticado se começar a anunciar todas as coisas que faço no crédito. Seja diplomático'”.

“Peter é muito, muito criativo. Um homem doce. Muito filantrópico. Inventivo e visionário em muitos aspectos. Foi um privilégio trabalhar com ele. Acho que éramos todos bons uns com os outros – os caras do Genesis – no início, antes de se fragmentar”, ele concluiu.

Steve Hackett trabalhou no Genesis de 1971 a 1977. O guitarrista agora se prepara para lançar seu novo álbum solo, intitulado The Circus and the Nightwhale, no dia 16 de fevereiro de 2024.

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