Primeiro show do Sepultura foi terrível e estranho, mesmo assim as pessoas gostaram

O Sepultura é um dos principais nomes do thrash/death metal; a música e as apresentações do quarteto brasileiro são conhecidas pela brutalidade e complexidade técnica. Mas tais atributos não foram conquistados da noite para o dia, foi preciso um bocado de trabalho e, evidentemente, muitos shows de qualidade duvidosa, para dizer o mínimo.

Em entrevista ao site Cvlt Nation, o baterista Iggor Cavalera recordou a primeira apresentação da banda e não economizou ao afirmar que foi estranho mas as pessoas gostaram.

Iggor disse: “Foi incrível e muito louco! Mas, ao mesmo tempo, ninguém realmente entendeu nada! Na época, a formação do Sepultura era eu, meu irmão [Max Cavalera] e Wagner [Lamounier], do Sarcófago, porque Paulo [Xisto – baixo] estava de férias da escola e foi viajar. Outro cara que tocava guitarra com a gente não pôde ir, pois sua mãe não deixou. Foi louco, porque ele já tinha dezoito anos, mas a mãe dele não deixou ele sair à noite, e eu e meu irmão tínhamos doze ou treze anos e ficávamos na rua até tarde. Meio bizarro essas coisas”.

O baterista completou: “O show foi bem legal, tocamos com o Overdose. Eles nos convidaram para tocar com eles. Nós acabamos tocando depois do Overdose, mas as pessoas começaram a ir embora quando começamos a tocar. Só ficaram uns punks.

Os nossos amigos disseram: ‘o show foi terrível, cara’. Mas mesmo assim gostamos muito, então foi uma situação meio estranha. E o mais legal desse show é que os donos da Cogumelo Records (gravadora responsável pelos primeiros lançamentos do Sepultura), João e Pati, estavam neste show. Eles nos procuraram para dizer que gostaram muito do show e falaram sobre fazer o split com Overdose [que seria lançado um ano depois, em 1985]. Então esse show é histórico porque deu início à nossa parceria com a gravadora”.

Iggor Cavalera deixou o Sepultura em 2006, uma década depois de Max ter saído do grupo. Atualmente, os irmãos estão juntos na banda Cavalera Conspiracy. O Sepultura segue carreira com Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto (baixo), Eloy Casagrande (bateria) e Derrick Green (vocal).

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