“Ozzy é um personagem, ele não canta, ele faz alguma outra coisa”, declarou Ronnie James Dio, em 1985

O ótimo canal do YouTube, The Tapes Archive, tem feito um trabalho muito interessante ao “desenterrar” algumas entrevistas e arquivos musicais de décadas atrás – especialmente dos saudosos anos 1980 e 1990. Recentemente, o canal disponibilizou uma entrevista do saudoso vocalista Ronnie James Dio (Dio, Black Sabbath, Heaven & Hell), concedida ao jornalista e autor Steve Newton, em 1985.

Na ocasião, Dio comentou sobre sua entrada no Black Sabbath e como fora substituir um vocalista tão icônico como Ozzy Osbourne. Sem papas na língua, Ronnie falou: “Bem, até que não é muito difícil calçar os sapatos de quem andou descalço a vida toda. Isso não é um grande problema para mim.

Mas como alguém poderia comparar Ozzy Osbourne a Ronnie Dio, principalmente como cantor? Ozzy é um personagem. É isso que Ozzy é. Ele não cantar, ele faz alguma outra coisa: Tem ataques cardíacos no palco e machuca animais. Acredito que seja isso que Ozzy faz. Eu não tenho nada contra Ozzy. Acontece dele ser até um amigo, mas falo essas coisas quando surge o assunto de calçar os sapatos de outra pessoa, pois são sapatos de outra pessoa que nunca couberam.

São sapatos pequenos demais para mim, e eu faço os meus próprios sapatos. Foi desafiador estar naquela situação, mas o desafio era estar no Black Sabbath, ou seja, não tinha nada a ver com Ozzy.

Aquela banda era a combinação de Tony [Iommi, guitarra], Geezer [Butler, baixo], Bill [Ward, bateria] e Ozzy. A banda não era Ozzy sozinho. Uma prova disso é que quando ele não estava mais, sobrevivemos e ficamos melhores do que estava com ele na banda.

Principalmente com os três últimos discos que Ozzy fez com a banda [a saber: Sabotage (1975), Technical Ecstasy (1976) e Never Say Die! (1978)] e os três que eu fiz com a banda [Heaven and Hell (1980), Mob Rules (1981) e Live Evil (1982)]. A diferença é imensa.

Não foi problema algum para mim entrar naquela banda! Foi um grande desafio, o qual eu curti muito. Foi a chance que tive de pegar uma banda desgastada, que era só cinzas, e fazê-la se reerguer das cinzas e dá-la a credibilidade merecida.

O desafio não foi cantar as músicas, mas estar numa banda que já era lendária e, claro, ser meio que um intruso naquilo ali. Então, tive que provar ser digno de estar em uma banda que muita gente ama. Esse foi o desafio”.

A entrevista completa pode ser conferida no player a seguir:

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