Michael Kiske: A trajetória do cantor dentro e fora do power metal

É senso comum afirmar que o power metal teve seu pontapé na Alemanha, nos idos dos anos 1980, com o som avassalador, melódico e veloz do Helloween. Há quem queira e goste de contestar tal dono da coroa, contudo, é impossível negar e ou deixar passar em brancas nuvens a importância da banda para a música pesada oitentista.

No primeiro disco, Walls of Jericho, lançado em 1985, a essência sonora do grupo já estava presente, todavia, pairava no ar uma certa rispidez e urgência bem características do thrash metal. A evolução e transformação sonora não tardou a chegar; na verdade, ela bateu à porta já para o próximo trabalho de estúdio, já que, mesmo gozando de relevante êxito, o vocalista e guitarrista Kai Hansen sinalizou que queria se concentrar apenas na guitarra, sendo assim o posto de vocalista precisaria de um novo dono.

O prodígio Michael Kiske foi a escolha mais do que acertada e o meio perfeito para a difusão do ideal musical do grupo. A prova é incontestável, basta ouvir – de preferência em alto e bom som – os soberbos trabalhos Keeper of the Seven Keys Part 1 (1987) e Keeper of the Seven Keys Part 2 (1988).

A rígida agenda de show imposta, pois, pelos citados álbuns trouxeram consequências para o status quo do conjunto: a turma estava fatigada e as brigas se tornaram frequentes, ou seja, um colapso era iminente. Os caras ainda tentaram duas cartadas com Pink Bubbles Go Ape (1991) e Chameleon (1993), mas os discos corriam longe dos trilhos gerados pelo conjunto, com isso o fracasso veio a galope. E uma das sequelas de tal fiasco fora a saída do vocalista Michael Kiske.

Depois de deixar o Helloween, Kiske precisou de um tempo para deixar a poeira assentar para voltar as atenções à música. A sua primeira aventura solo fora Instant Clarity, de 1996, que ainda contou com a participação de Adrian Smith, na época ex-guitarrista do Iron Maiden.

Durante anos, Michael preferiu seguir sua carreira longe da seara metálica. O cantor, em carreira solo e em projetos como SupaRed, abraçou outros estilos musicais como pop e rock. Além disso se arriscou na universo literário e colocou na praça o livro Kunst Und Materialismus.

A retomada ao reino do power metal foi a conta-gotas, emprestando seu ímpar talento a grupos e projetos como Avantasia, Aina, Tribuzy e Masterplan, e seu projeto solo Unisonic. Estes passos, aliados com a bem-vinda e desejada experiência de vida e amadurecimento, Kiske voltou ao Helloween em 2017 para novos e maiores voos em sua carreira.

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