Indústria Musical: A máquina falida de fabricar sonhos decadentes

No atual período em que vivemos, os adventos tecnológicos influíram de forma extrema e dramática nas manifestações artísticas. A íntima, intrínseca e dependente relação entre a música e a tecnologia, por exemplo, tem sufocado as fontes culturais criativas, deixando o terreno árido e improdutivo.

De forma geral, as produções estão seguindo um ritmo industrial, no pior estilo linha de montagem, fabricando e propagando obras mais artificiais que alimento enlatado. Uma alteração profunda na consistência do produto música tem acometido o mercado fonográfico e convencionando o medíocre como meta artística.

Estabilizar a música em palafitas podres é dar espaço para que o lodo e o mofo artístico encontre livre caminho para se proliferar e enfestar a TV, rádio, festivais, mídia e afins. A máquina ferina do show business apenas cede aos interesses do dinheiro e tentam dourar a pílula pútrida com rostos e corpos esculturais, dando a entender que o conteúdo é relevante, benigno e virtuoso. Mas não é!

O afoito pode afirmar que há gente fazendo um trabalho muito bacana, com o fator artístico como bandeira principal. Claro que há, sem sombra de dúvida. No entanto, a ação de peneirar para tirar as cracas musicais do caminho se mostra um trabalho hercúleo e demorado, então, chegar em joias musicais pode levar um certo tempo.

Sem citar nomes e apontar dedos – pelo menos hoje – o intuito do texto fora apenas uma forma de colocar para fora um pouco da indignação que surge quando nos deparamos com pseudos artistas e bandas. Como diz o AC/DC: “It’s A Long Way To The Top (If You Wanna Rock ‘n’ Roll)”.

5 comentários em “Indústria Musical: A máquina falida de fabricar sonhos decadentes”

  1. A indústria musical sempre existiu desde Elvis are Anitta passando por u2, bon jovi, capital e outros enlatados. Miles, contente, Clapton e similares tb fazem parte dessa indústria, mas diferentemente dos anteriores, são músicos de alto domínio técnico.

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  2. Cara, concordo contigo. Mas pelo amor, o que diferencia hj com o passado? Uma indústria que sempre produziu sonhos para jovens e destruiu a cabeça de muitos outros que se lançavam nas boys bands do rock n roll clássico? Ou vc não percebe que é a mesma coisa, mas geracionalmente diferentes? A sua memória de “bons tempos” é apenas nostalgia tua. Ao contrário do passado, hj em dia é possível muitos mais artistas conseguirem se financiar independentemente, sem precisar de um selo que sempre exploraram os músicos e que fechava a porta para muitos outros talentos. Capitalismo, mano. Sinto informar, mas ACDC também é um produto feito pra vender para um determinado nicho.

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  3. O problema dos artistas de hj são outros. Reféns das plataformas que ganham muita grana. Daí concordo contigo sobre a produção em série, pq daí, só assim, é possível render $$.

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  4. Você usou a palavra mais certa ” Decadente”, depois que as mulheres viraram cachorras e não ” Você é a criatura mais linda que meus olhos já viram”, foi o fim dos sonhos e da criatividade. A péssima qualidade musical infesta rádio e televisão e todas mídias possível não deixando espaço para se criar coisas novas e inteligentes é uma verdadeira sucessão de, desculpa a palavra, porcarias.
    Sou roqueiro da época dos sonhos, não tenho nada contra as outras vertentes, porém, até a música sertaneja está em um dos piores momentos da história.
    A música sertaneja vive o momento da grana e nada mais, o rock morreu, a MPB a anos está morta e os outros ritmos estão na berlinda. O sonho.. é sonhar ouvindo a boa e velha música!

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  5. Tem sido assim desde o advento da indústria cultural na década de 1930, de acordo com a teoria crítica. Sucessivas revoluções tecnológicas vem transformando a cultura em mercadoria a serviço dos donos do capital. Isso é fato. O problema é o juízo de valor que se faz a respeito destes produtos culturais. Nada presta, ou estaríamos olhando esse processo a partir do nosso ponto de vista, do lugar que ocupamos na estrutura social, levando em consideração também o aspecto geracional? Funk, por exemplo, faz sentido para os mais jovens, não me vejo em condições de avaliar a sua qualidade técnica, o seu valor enquanto arte ou mesmo qual será o seu impacto para essa geração.

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