Girl Power: 10 bandas de rock e metal formadas só por mulheres

Apesar das dificuldades e preconceitos, que não são poucos e passam pelas abomináveis intolerâncias de gênero, racial, sexual, idade, aparência, socioeconômica e tantos outras, as mulheres vêm lutando e resistindo bravamente no mercado rock n’ roll e heavy metal, que ainda é um antro dominado por homens – boa parte com pouco ou nenhum desenvolvimento moral, ou seja, são indivíduos de parco burilamento ético e com princípios e valores que invariavelmente cedem aos impulsos e caprichos mais primitivos.

É desnecessário destacar que o sujeito que ler e se doer com a afirmação acima, é uma criatura que chafurdar-se e regozija-se com o machismo e outras chagas sociais que nos assolam há tempos milenares.

Mesmo assim, com as dificuldades potencializadas ao extremo, as mulheres têm mostrado todo o poderio sonoro de suas músicas. Enumerar todas as bandas integralmente formadas por mulheres atuantes no mercado fonográfico hoje em dia e que estão jogando o game no campo profissional, seria uma tarefa quase perpétua, visto que há muitos conjuntos em tal toada.

Com isso, queremos mencionar somente 10 bandas de rock e metal formadas só por mulheres, que trabalham para que a cena da música pesada saia do atoleiro do ostracismo, da uniformidade e da discriminação. Girl Power!

The Runaways

O quinteto foi formado no final do ano de 1975 na Califórnia, Estados Unidos, pela baterista Sandy West e pela guitarrista Joan Jett. Em pouco tempo de carreira, as moças colocaram no mercado quatro trabalhos de estúdio. Entre as canções mais conhecidas estão Cherry Bomb, Queens of Noise e Born to be Bad.

Infelizmente, a banda se dissolveu em 1979 após desentendimentos entre as musicistas. Algumas integrantes seguiram no mercado fonográfico como Joan Jett e Lita Ford; outras seguiram outras carreiras profissionais.

Vixen

Comecinho dos anos 80, a cena hard rock californiana estava tomando forma, a MTV era o meio perfeito para dar vazão a toda efervescência musical da época, portanto, ter um grupo formado apenas por mulheres era um movimento consonante com o período.

Nessa pegada, Jan Kuehnemund (guitarra) deu o pontapé para a criação do Vixen, quarteto que lançou sons do quilate de You Oughta Know By Now, Edge Of A Broken Heart, Cryin’ e How Much Love.

Girlschool

Apadrinhada pelo ás de espada do rock, punk e metal, Lemmy Kilmister (Motörhead), as britânicas sofreram o pão que o diabo amassou para colocar na praça seus primeiros álbuns de estúdio e se firmarem como uma potência da música pesada.

Apesar de todas as atribulações, Kim McAuliffe (guitarra), Denise Dufort (bateria), Enid Williams (vocal e baixo) e Kelly Johnson (guitarra) vingaram e lançaram canções como Please Don’t Touch, Race with the Devil e C’mon Let’s Go.

L7

Edificado nas terras do punk rock, o L7, que é um empreendimento das guitarristas Donita Sparks e Suzi Gardner, contribuíram para a pluralidade sonora da cena oitentista e noventista. O teor “D.I.Y.” – “Faça você mesmo”, em uma tradução livre – sempre norteou o trabalho da moças, que permanecem em atividade até os dias de hoje. Pretend We’re Dead, Monster e Shitlist são algumas de suas músicas mais conhecidas.

Nervosa

Prata da casa! A banda de thrash metal foi formada em São Paulo no ano de 2010 pela guitarrista Prika Amaral e pela baterista Fernanda Terra. Ao longo do tempo, a Nervosa sofreu inúmeras alterações em seu line-up, mas nunca deixou a peteca cair ou pisou no freio para arrefecer o poder de sua música. Alguns destaques de sua discografia são Death, Kill the Silence e Masked Betrayer.

Kittie

Cria da cena nu/new metal, a canadense Kittie nasceu pela união de forças das irmãs Morgan Lander (vocal e guitarra) e Mercedes Lander (bateria) e logo, logo se tornou uma sensação em festivais como o famoso Ozzfest.

O trabalho mais recente das moças é a música Eyes Wide Open, lançada em fevereiro deste ano pela Sumerian Records.

Crypta

Outro orgulho nacional! A Crypta, banda de black/death metal formada por Fernanda Lira (vocal e baixo), Tainá Bergamaschi (guitarra), Jéssica Di Falchi (guitarra) e Luana Dametto (bateria), nasceu de uma dissidência da Nervosa.

Basicamente, Fernanda e Luana eram integrantes do trio thrasher, mas queriam ampliar a jurisdição musical, o que não contemplava os planos da Nervosa, que tem bandeira fincada e tremulando no thrash metal; assim, as moças criaram a Crypta para dar vazão aos arroubos criativos.

No currículo, o quarteto, que tem apenas cinco anos de vida, já acumula dois trabalhos de estúdio: Echoes of the Soul (2021) e Shades of Sorrow (2023) – sem contar os lançamentos dos singles Starvation (2021), I Resign (2022) e Lord of Ruins (2023).

Burning Witches

O quinteto reza na cartilha do cansado power metal; mesmo assim, o repertório soa atrativo aos ouvidos, pois não caiu no piloto automático de muitos grupos do mesmo gênero. Romana Kalkuhl e companhia já acumulam cinco trabalhos de estúdio, sendo que o mais recente é o The Dark Tower, lançado em maio de 2023.

Lovebites

Quem também tem se aventurado pelas redondezas do power metal são as meninas japonesas do Lovebites. O quinteto, que tem oito anos de labuta no mercado musical, vem mostrando o potencial dos discos Awakening from Abyss (2017), Clockwork Immortality (2018), Electric Pentagram (2020) e Judgement Day (2023) em palcos de festivais consagrados como Wacken Open Air, Download Festival e Graspop Metal Meeting.

Cobra Spell

A banda é capitaneada pela fenomenal guitarrista Sonia Anubis (ex-Crypta, ex-Burning Witches) – completa a formação a vocalista Kristina Vega, a baixista Roxy Herrera, a guitarrista brasileira Noelle dos Anjos e a baterista Hale Naphtha – e vem conquistando o mundo com seu hard/heavy recheado pela vibe oitentista.

O disco mais recente das moças é o interessante 666, lançado no dia 1 de dezembro de 2023 via Napalm Records.

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