“É preciso pensar em uma banda como uma empresa, tem que investir, pois é tudo relativo ao mercado e grana”, diz Bruno Sutter

Em entrevista ao jornalista Gustavo Maiato, o vocalista, radialista e humorista Bruno Sutter (Massacration, Detonator) falou, dentre inúmeros assuntos, sobre o mercado fonográfico e ressaltou que as pessoas que desejam entrar no seara musical precisam planejar e investir uma considerável quantia de dinheiro, ou seja, é necessário projetar e gerenciar a carreira como uma empresa. Caso contrário, segundo Bruno, a chance de sucesso é inexistente.

“Tem muita coisa que o público de metal mais antigo não entende. É tudo relativo ao mercado e à grana. Vejo uma quantidade absurda de bandas que mandam mensagem para mim pedindo para tocar no meu programa de rádio. Pedindo para quebrar o galho. Não vai rolar. Não é assim que as coisas funcionam. As pessoas têm uma ideia muito errada”, disparou Bruno.

“É tipo acreditar que a história do Iron Maiden vai se repetir. Você está tocando em um pub, aí chega o dono da EMI, vê seu som e fala que vai te contratar. Isso foi uma coisa muito rara que aconteceu. Não fazem mais isso. É preciso pensar em uma banda como uma empresa. Tem que investir, se você acredita na sua música. O Iron Maiden não teria virado o Iron Maiden se a EMI não tivesse investido um caminhão de dinheiro em cima”, enfatizou.

“Se você é fã de metal e conhece a história do Iron Maiden, sabe que a EMI queria lançar uma banda de rock e só tinham orçamento para uma banda. Eles ficaram entre o Def Leppard e o Iron Maiden. No final, escolheram o Iron Maiden! Eles só viraram porque teve muito trabalho e dinheiro em cima. Isso se mantém”, destacou Sutter.

“Você vê bandas que fazem sucesso hoje em dia como a Crypta. Elas fazem shows pelo mundo inteiro. Tem que ter investimento por trás e trabalho. Sair rodando para fazer show em lugares pequenos. Dormir em hotel com chuveiro frio e passar perrengue. Não é fácil! Se você perguntar para a Fernanda Lira [vocalista e baixista da banda Crypta] como é viver na estrada, não é fácil. É o mesmo caso do Jairo Gueds, que voltou agora com o The Troops of Doom. Ele está com várias datas, mas é trabalho duro e pesado. Não acredite que vai fazer uma demo em casa e pedir para eu tocar. Não é assim que a banda toca”, concluiu.

A entrevista completa pode ser lida aqui.

No ano passado, o músico lançou o single Pandemic 2021. A faixa foi composta pelo cantor e teve todos seus instrumentos gravados pelo próprio Sutter. Assista ao videoclipe no player mais abaixo.

O vídeo fala sobre a pandemia do novo coronavírus, que assolou o mundo. A história retrata uma pessoa presa pela quarentena sem poder exercer sua profissão em uma luta contra sua própria mente, para conseguir lidar com tal realidade – um caso bem claro da arte imitando a vida.

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