Billy Corgan: Tecnologia em estúdio musical funciona como filtro no Instagram

Billy Corgan, líder do Smashing Pumpkins, discutiu a contribuição das novas tecnologias no processo de produção musical. Um cara que criou no início da década de 1990 clássicos álbuns como Gish e Siamese Dream pode afirmar sem medo: “Antes do Pro Tools, havia profissionais”.

Pro Tools é um softwarre de áudio que revolucionou a pós-produção musical a partir do fim dos anos 1990, quando se tornou popular, além de inspirar a criação de outras estações de trabalho semelhantes. Corgan analisou as era pré e pós-Pro Tolls num recente episódio do podcast do engenheiro de som Rick Beato (AQUI).

Questionado se era possível produzir um disco hoje sem se valer de recursos tecnológicos, Corgan respondeu: “É difícil retornar a esse cérebro de 1992. Mas praticamente você não iria [retornar], porque era muito trabalhoso. O ideal era acertar uma ótima tomada e, em seguida, sobrepor alguma coisa boa em cima dela… Você tinha que fazer para conseguir ter algo”.

Ele prosseguiu: “Hoje em dia, se você tentar fazer isso, você pensa lá no fundo de sua mente: ‘Bem, se eu errar, podemos consertar, remover… E quando você começa a editar – acabou. É como o filtro no Instagram, certo? No minuto em que eu uso o filtro, é tipo, ‘Bem, isso parece melhor!’ Você não volta para a imagem não filtrada. Então, acho que essa é a dificuldade”.

No entanto, Corgan admite que há casos em que fazer uma música dentro de um software produz alguns benefícios. Ele dá como exemplo “Beguiled”, recente single do Smashing Pumkins que recebeu diversos retoques em sua finalização. “Mas certamente há músicas, como ‘Jelly Belly’, ou ‘Cherub Rock’, que você nunca poderia em um milhão de anos fazê-las num software”, ressaltou.

Fonte: 89FM

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