As 7 maiores vozes do heavy metal nacional

O Brasil é, sem dúvida, um dos maiores celeiros artísticos do planeta. Há quem queira torcer o nariz para tal fato, mas é incontestável o sucesso, triunfo e aclamação do país em áreas como dramaturgia, literatura, pintura, dança, moda, artes plásticas, fotografia e, obviamente, na criativa e prazerosa seara musical.

E é nesse contexto afirmativo e produtivo que estão os vocalistas brasileiros atuantes no nosso bom e sempre jovem rock n’ roll e heavy metal. Dito isso, selecionamos sete vocalistas que tomaram de assalto o posto de destaque no concorrido e excepcional mercado nacional. Este é o nosso guia para você que está querendo conhecer ou relembrar alguns dos maiores vocalistas do metal brasileiro.

Fábio Caldeira – Maestrick

Fábio é aquele cantor que te surpreende já numa primeira audição! Depois disso vem o incansável desejo de se aprofundar cada vez mais em sua música. A capacidade de Caldeira transitar entre várias nuances vocais proporciona um tempero agradabilíssimo a sua arte, o que amplia seus horizontes no processo de composição.

Um bom exemplo é a dobradinha H.U.C. e Pescador, faixas que mostram o quão plural é o trabalho do músico. Sem se ater a rótulos, etiquetas e grifes, a música, e principalmente sua voz, transitam com desenvoltura por diferentes gêneros como do prog ao power metal, do rock aos ritmos brasileiros. Ouvir sua música é um prazeroso dever cívico que deveria ser proposto a todos os brasileiros.

Edu Falaschi – ex-Angra, ex-Almah

É difícil se falar de metal brasileiro e não citar Edu Falaschi. Na verdade, é impossível passar batido qualquer menção ao vocalista paulistano! Para início de conversa, a música de Edu se funde ao metal nacional, seja com seu trabalho no Symbols, Angra, Almah ou em carreira solo, o cantor é um dos pilares do estilo em nossa terra.

É imperativo a qualquer fã rock e metal escutar o trabalho vocal do músico em obras como Rebirth (2001),  Temple of Shadows (2004) e Vera Cruz (2021). É notória a influência de mestres como Bruce Dickinson, Rob Halford e Ronnie James Dio, contudo, Falaschi impõe seu estilo, sendo assim, não soa como mera cópia dos gringos.

Bruno Maia – Tuatha de Danann

Oriundo do maravilhoso e acolhedor estado de Minas Gerais, Bruno, aliado a sua infalível flauta, é a essência do folk metal brasileiro. O músico não cede a fórmulas fáceis! E o bom resultado disso vem, por exemplo, num fraseado vocal atraente e agradável, onde o ouvinte pode se deliciar por horas a fio sem aquela sensação de cansaço que vez ou outra surge numa audição.

A arte do mineiro foge das raias da cópia e se funda em próprios alicerces, então é normal vê-lo levar sua música a novos caminhos, texturas e formas. Logo, as suas linhas vocais seguem o mesmo caminho de originalidade. Prata da casa, que deve ser prestigiada em todas circunstâncias.

Max Cavalera – Soulfly, ex-Sepultura

A sua tia-avó até pode achar que a música do Sepultura é só berro, urro e motivo suficiente para te “internar” em qualquer grupo jovem de igreja. Independente disso, o som da banda é único e responsável por mostrar ao resto do mundo a força e pujança do metal made in Brasil.

Parte do arcabouço do sucesso do grupo vem da voz inigualável de Max Cavalera! De olho em suas influências, que vem de nomes como Tom Araya (Slayer) e Kelvin Morris (Discharge), ou seja, com um olho no peixe e outro no gato, Max reverenciou suas inspirações, mas tratou de dar um caráter próprio a sua música. A discografia do músico está aí para provar o quão poderoso e amedrontador é seu vocal – ainda bem.

Alex Camargo – Krisiun

Sem dúvida, Alex é o nosso maior representante no cenário da música extrema internacional. Sua voz apocalíptica é capaz de fazer o não iniciado no death metal ter quadro de choros, ranger de dente e desespero, portanto, possivelmente chamará pela mamãe. O músico, em parceria com seus irmãos: Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria), aumentou o sarrafo da performance extrema, e botou os gringos para correr atrás do prejuízo.

Seja no estúdio ou ao vivo, Camargo esbanja a forte marca do death metal à la Brasil, com andamentos, ritmos e fraseados capazes de desafiar o limite humano. Krisiun é um supergrupo no mais amplo sentido da palavra.

Mayara “Undead” Puertas – Torture Squad

Decididamente, Mayara é notável e impecável no posto de frontwoman da banda de thrash/death metal Torture Squad e, de quebra, ajudou redefinir o som da banda. Sem rodeios e floreios vocais, a cantora entrega performance de pura energia, conectando de forma irreparável as intrincadas frases e melodias vocais.

Undead triunfa também no quesito presença de palco e carisma! A personalidade de Puertas a concede a grandeza de ocupar cada espaço do palco. Não há lacunas em sua performance. Cabe ressaltar que tais predicados não estão à venda, ou seja, se você tem, bem, ótimo, pois é uma maravilha e um ponto favorável a sua apresentação. Caso não tenha esse dom, o cuidado deve ser no mínimo redobrado, caso contrário as chances de se prostrar no palco como um cone do Detran são enormes.

Andre Matos – ex-Shaman, ex-Angra, ex-Viper

Não é fácil acreditar que o saudoso Andre morreu há alguns anos! Parece que sua morte é uma piada de extremo péssimo gosto, e que o Maestro logo, logo vai anunciar um disco novo, uma turnê mundial ou vai dar o ar da graça em alguma Opera Rock. No entanto, infelizmente, a realidade é, na maioria das vezes, implacável, fria e cruel.

Andre sempre foi um arauto na arte de criar boas composições! Com técnica irrepreensível, mas voltada ao todo, ao time, e não ao egocentrismo desenfreado, o cantor se consolidou, merecidamente, como uma das maiores vozes do metal mundial. Confortável nos mais diferentes estilos, Andre cativou o público com seu talento e simpatia. Nosso dever é reverenciar seu legado musical e mostrar as novas gerações a sua importância para o rock e metal brasileiro.