Rhapsody: Coesão, Maestria, Virtuosismo E Nostalgia Aos Gaúchos

Com 20 anos de banda, o Rhapsody chegou pela primeira vez a Porto Alegre e, para tristeza dos fãs, também a última. O show faz parte da Farewell Tour, a turnê de despedida da banda que está girando o mundo. Depois de tocar no Rio de Janeiro e São Paulo, o grupo veio a Porto Alegre em uma noite recheada de nostalgia no palco do Bar Opinião.

Pontualmente às 22h, Epicus Furor, faixa intro de Symphony of Enchanted Lands é o prenúncio do que viria. A banda entra em cena com Emerald Sword, um dos seus grandes clássicos, seguindo com Wisdon of the Kings. Dobradinha de Symphony of Enchanted Lands! Fabio Lione, que atualmente canta na banda brasileira Angra, fala em bom português e agradece os presentes. Eternal Glory e Beyond the Gates of Infinity encerram o primeiro bloco do show.

Lione fala com os presentes e diz que é hora de uma música do álbum Power of the Dragonflame. “Vocês sabem que a banda vai tocar na íntegra o Symphony of Enchanted Lands!”, brinca o vocalista. Ele então chama a banda de volta ao palco para a execução de Knightrider of Doom.

O grupo volta para o seu segundo álbum e o mais popular da carreira. Fabio Lione diz: “Essa música é uma balada e é a primeira vez que o Rhapsody usa ela no setlist, então, eu quero escutar vocês Porto Alegre.” O público presente responde e canta, junto com Lione, cada trecho de Wings of Destiny.

“Querem mais Porto Alegre?” A plateia responde, mas Fabio acha pouco e pergunta de novo: “Querem mais Porto Alegre?” e a resposta vem alto suficiente. The Dark Tower of Abyss e a excelente Riding the Winds of Eternity são muito bem recebidas, e Lione volta a conversar com a plateia, sempre em ótimo português: “Agora, eu acho que a banda tem que tocar essa música porque, na verdade, ela dá o nome ao CD”. Com isso, Symphony of Enchanted Lands foi interpretada com maestria e impressionante coesão, que foram os adjetivos que chamaram a atenção durante todo o show.

O grupo sai de cena por alguns minutos, abrindo espaço para o baterista Alex Holzwarth mostrar seu talento com um solo de bateria, sendo, em um primeiro momento, acompanhado por Requiem: Dies Irae, de Verdi. Alex pôde mostrar toda sua técnica e desenvoltura, conseguindo boa interação com os presentes em seus quase cinco minutos solo.

Todos voltam ao palco e Fabio Lione diz: “Agora, vamos fazer uma música do Legendary Tales, e se chama Land of Immortals”. A música foi mais um prato cheio para os fãs da banda, que mostravam um grande sentimento de nostalgia e agradecimento por, finalmente, ter a oportunidade de assistir um dos maiores nomes da história do metal mundial ao vivo.

The Wizard’s Last Rhymes foi outro acerto no setlist, a plateia ecoava os gritos: “Ooooh oooooh…” durante os solos que antecedem a faixa. Após a épica apresentação, foi a hora do solo do baixista, Patrice Guers, que usou um trecho instrumental de Queen of the Dark Horizons, do álbum Rain of a Thousand Flames.

Fabio Lione agradece o músico e fala mais uma vez com os presentes: “Tá bom, Porto Alegre! A próxima, me deixa ver… é a última, né?” Todos respondem com um alto e claro NÃO! Fabio faz a seguinte proposta: “Se vocês cantarem com a banda, a gente pode fazer mais!” Com isso, o vocalista pede para que repitam algumas de suas melodias vocais, lembrando Freddie Mercury, do Queen.

“Tá ótimo, mas agora eu preciso de um momento porque essa turnê, como vocês sabem, é a última, então, vou cantar um pedaço de uma ópera, e quero escutar Porto Alegre cantando também a ópera, tá bom?” Para tal, Fabio canta alguns trechos de Nessun Dorma, mostrando, nesse momento, a diferença cultural entre Brasil e Itália, onde poucos pessoas reconheceram esse grande clássico da música mundial. Após a execução de trecho da ópera, o grupo toca outro grande clássico: Dawn of Victory, para assim encerrar a primeira parte do show.

A banda se retira do palco e o público pede pela sua volta aos gritos de “Rhapsody, Rhapsody!” e “Holy Thunderforce”. O grupo volta ao palco para mais alguns clássicos, e Rain of a Thousand Flames é o primeiro deles, agradando em cheio. Fabio diz: “Porto Alegre, eu quero um momento diferenciado, essa próxima é a primeira música em italiano da banda, então, levantem as mãos e cantem junto Lamento Eroico”. Mais uma interpretação de pura maestria de Fabio Lione, sendo, tranquilamente, uma das mais importante vozes do metal mundial.

A hora do fim estava próxima, mas antes Lione apresentou a banda, começando por Dominique Leurquin, Patrice Guers e Alex Holzwarth. Ao apresentar o guitarrista e uma das mentes por trás do Rhapsody, disse que tem pouco a falar dele, pois é “o cara”, apontando e anunciando Luca Turilli.

Luca é ovacionado pelos fãs e vai ao microfone dizer: “Essa é a Farewell Tour, e tem sido uma jornada incrível em nossas vidas, vocês podem imaginar o sentimento. Ergam suas mãos para uma das maiores vozes das música, esse é Fabio Lione”, apresentando, por fim, o vocalista. A plateia ovaciona Fabio que, emocionado, agradece mais uma vez e anuncia Holy Thunderforce.

Com o clássico, o grupo encerrou o show de 1h40 de duração, abrangendo os cinco primeiros álbuns do grupo e dando uma geral na carreira. Ainda que várias músicas importantes tenham ficado de fora, o Rhapsody fez um justo e digno tributo a sua própria história, homenageando cada um dos fãs que acompanhou o grupo nesses 20 anos, e que, certamente, lembrou vários momentos de sua vida quando ouvia o grupo no auge de sua carreira.

A banda mostrou um entrosamento e coesão raros de serem vistos, ficando os fãs órfãos dos grandes momentos da banda e já com saudades de tudo que foi produzido por ela.

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