Primal Fear: Perto Dos 20 Anos De Carreira É A Alquimia Da Vanguarda E Competência

Perto de completar os 20 anos de bons serviços prestados aos heavy metal, os alemães do Primal Fear se preparam para aportar no Brasil com a nova turnê do bem sucedido álbum, Rulebreaker. Em entrevista ao RockBizz, o simpático baixista/vocalista, Mat Sinner, fala do ótimo momento que a banda vem vivendo desde o lançamento do novo disco; o amor e comprometimento com seus fãs; a turnê conjunta com Luca Turilli’s Rhapsody; expectativas para as apresentações que acontecerão no Brasil – 01/09 Rio de Janeiro e 02/09 São Paulo – e a vez que banda passou mau bocados pelas estradas da Noruega. É com você, Sinner…

No ano passado vocês tocaram no festival Monsters of Rock, em São Paulo, o que você se lembra daquela noite? Você sabia que a apresentação do Primal Fear foi considerada, pelos fãs, uma das melhores do festival? Foi muito legal vê-los detonando no palco com o baterista Aquiles Priester.

Mat Sinner: Muito obrigado! A gente se divertiu e curtiu muito o festival e foi ótimo fazer aquele show. Tudo fluiu muito bem e os fãs estavam entusiasmados e barulhentos. Nós adoramos!

Quais foram suas impressões do público brasileiro no festival?

Mat: Nós já tocamos muitas vezes no Brasil e sempre tivemos um ótimo e barulhento público. A gente adora essa característica dos fãs brasileiros. É sempre motivador tocar para uma plateia barulhenta e louca, e é o que o Brasil sempre nos oferece. O festival Monsters of Rock veio, mais uma vez, provar isso. Quando você toca em um lugar com muitas pessoas tudo fica mais animado. A gente adorou!

Primal Fear - Mat Sinner

Primal Fear está preste a tocar no Brasil como ‘headliner’. O que podemos esperar desses shows?

Mat: Nós vamos tocar muitas músicas do novo álbum, Rulebreaker, e mais algumas surpresas. Será um repertório diferente em relação ao último show que fizemos aí, mas tocaremos os clássicos também.

Vocês estão excursionando com o Luca Turilli’s Rhapsody, o que é um ótimo ‘pacote’ para os fãs, não acha? E como surgiu essa turnê junto com o Luca?

Mat: A gente excursionou junto pelos Estados Unidos e Canadá, e os fãs ficaram felizes de assistir as duas bandas em um único show. Eu acho que as nossas músicas são bem diferente e isso faz a coisa ser ainda mais interessante. Nós nos tornamos bons amigos, por isso estamos continuando essa turnê.

Alguma mudança na produção e/ou setlist para essa perna da turnê?

Mat: É impossível trazer para o Brasil todo o palco que usamos na turnê europeia, então, vamos nos concentrar apenas na música. Nessa turnê, a gente vai passar da marca de cem apresentações, em 2016, e isso é muito especial para nós. Nunca fizemos uma turnê tão longa e intensa como essa e é muito divertido e também um grande desafio para todos nós.

O álbum Rulebreaker foi lançado em janeiro desse ano, como tem sido o feedback até agora?

Mat: O melhor feedback até hoje! Pela primeira vez, nós entramos no US Billboard Charts e em vários outros ‘charts’ pelo mundo também. Estamos muito felizes com o feedback da mídia e, mais ainda, dos fãs.

Primal Fear - Rulebreaker

Como foi a dinâmica em estúdio?

Mat: Esse foi o álbum em que mais nos estendemos no estúdio. Trabalhamos muito e com muito foco. A pré-produção já estava fantástica, então, mudamos a estratégia, começando com as linhas de bateria, o que nos deu muitas opções em relação aos outros instrumentos e a mixagem.

No geral, todo disco novo é um grande processo de aprendizagem e, nesse momento, pouca importa a quantidade de álbuns que você já produziu.

Você se espanta que o Rulebreaker seja seu 11º disco de estúdio?

Mat: Não! Somos muito orgulhosos de nossa carreira. No mês de outubro, o Primal Fear completa vinte anos de carreira, é um momento muito bacana para nós. Mesmo nos altos e baixos da carreira, nós não imaginávamos que íamos durar tanto tempo.

Você acha que o novo disco o coloca em que posição no espectro do heavy metal?

Mat: Nossa! Ninguém vai inventar o heavy metal de uma nova forma. A gente faz as músicas para nossos fãs no maior nível possível, e isso se aplica às músicas, performances e sons também. Se alguém estivar a procura dos aspectos mais inovadores, eu acredito que deveria escutar outro estilo de música. Você pode ter certeza: Se o logotipo do Primal Fear estampar na capa de um disco, você pode ter confiar na música contida nele.

Primal Fear - Foto Banda

Como você descreveria a evolução da banda desde o debute (Primal Fear) até o mais recente disco (Rulebreaker)?

Mat: Nós aprendemos muito durante esses anos. É sempre um processo de aprendizagem estar num palco, estúdio de gravação, deixar sua zona de conforto, se preparar. Hoje em dia, nós sabemos muito mais de técnicas, possibilidades e como trabalhar com o outro de uma forma mais criativa.

O heavy metal mudou muito desde que vocês lançaram o disco de estreia. Onde o Primal Fear se encaixa na cena metal dos dias de hoje?

Mat: Nós nunca tivemos um feedback tão positivo de nossos fãs e mídia como agora. Nunca fizemos uma turnê tão longa. O Primal Fear está no auge de sua carreira! Nós temos planos para os próximos cinco anos. A gente tem nosso espaço na cena metal e todo mundo que já assistiu à banda ficou satisfeito, e esse é o nosso objetivo.

Como você se sente em relação ao panorama musical dos dias de hoje?

Mat: A música mudou, as possibilidades técnicas mudaram. Nós não estamos felizes com muitas das coisas que estão por aí, mas adoramos nossa música e esse é o nosso foco: Estar satisfeito com nosso som e música.

Qual o segredo de sobreviver à vida na estrada?

Mat: Nós tentamos respeitar a privacidade e dar a liberdade que cada um necessita.

Você já esteve em perigo enquanto estava viajando em turnê?

Mat: Algumas vezes! Já estivemos perto de morrer quando estávamos na Noruega e a estrada estava congelada a 15 graus negativos, às seis da manhã, quando o ônibus saiu da pista perto de uma colina. Não foi nada legal!

Há algum show que você se lembra com certo arrependimento?

Mat: Até agora não! A gente curte cada show da melhor forma que pudermos, porque os fãs pagaram muito dinheiro para nos ver, mesmo que o produtor local seja ruim.

Qual a coisa mais estranha você já viu em um show?

Mat: Falta de PA e luz. A gente não pôde tocar nada e os fãs ficaram lá esperando.

Obrigado pela entrevista. Você poderia deixar uma mensagem aos seus fãs brasileiros?

Mat: Nós estamos muito animados de voltar ao Brasil e aos outros países pelos quais vamos passar nessa turnê. A banda está em sua melhor forma e estamos trazendo muitas músicas do novo álbum e mais algumas surpresas. Espero vê-los nos shows.

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