Burzum: Varg Vikernes Diz Odiar O Brasil E Cita Brasileiros Como “Inferiores”

O músico e youtuber Varg Vikernes publicou, em seu perfil no Twitter, uma lista com os 10 países, continentes ou regiões que mais odeia, convidando seus seguidores a também compartilharem seus “top 10”. Na listagem do único membro do Burzum, o Brasil e a América do Sul ocupam a quarta colocação.

Os três países mais odiados por Varg Vikernes, na ordem, são Israel, Estados Unidos e Índia. Conforme já citado, Brasil e América do Sul ocupam, juntos, a posição de número quatro. Turquia (5°), Irã (6°), Arábia Saudita (7°) África Subsaariana (8°), Tailândia (9°) e Polônia (10°) completam o top 10, tendo ainda a cidade de Oslo, na Noruega, em 11° lugar.

https://twitter.com/WargarW/status/1294325576162070531

Um internauta perguntou por que Varg odeia o Brasil. Ele, então, respondeu: “O que NÃO há para odiar o Brasil? Gostaria de um Brasil completamente despovoado. Isso é quase tudo que estou disposto a dizer aqui”.

Usuários de Twitter do Brasil reagiram com deboche. Muitos publicaram fotos de homens como o ex-jogador Vampeta e o ator pornô Kid Bengala para “trollar” a postagem original de Varg.

Em outra interação, relacionada a uma postagem diferente, seguidores perguntaram ao músico do Burzum por que tantos brasileiros estavam inundando os tweets de Varg. “Essa onda de postagens é por causa do meu top 10 (de países mais odiados). Que bando de Untermenschen”, respondeu Vikernes, citando um termo de ideologia nazi utilizado para descrever povos considerados “inferiores”.

Já ao comentar a declaração de outro internauta que perguntou por que brasileiros são tão “estúpidos”, Varg disse: “eles são MUITO misturados”, em provável menção à miscigenação.

Houve, também, uma resposta a um usuário que perguntou sobre os 3,6 milhões de brasileiros que vivem na Alemanha. “Pelo menos metade deles são mestiços e nenhum deles se preocupa o suficiente com suas raízes para viver em qualquer lugar perto de seu próprio continente. Não, obrigado. Fique com eles”, disse o músico.

Varg ainda entrou em uma discussão sobre como a miscigenação está presente em outros países, inclusive da Europa, e que haveria mais pessoas loiras no Brasil do que em locais como Suécia ou Finlândia. Em meio a tweets de outros internautas, ele declarou: “Pelo menos metade de seus ‘brancos’ são mestiços e quase todos são lunáticos religiosos e misturados com ‘alguma coisa’. Vocês têm 10 milhões de judeus entre os ‘brancos’ e o resto da população está muito misturada com eles e outros ‘brancos’ também, como outros semitas”.

O teor das publicações de Varg Vikernes viola uma série de diretrizes e políticas do Twitter, especialmente relacionadas à propagação de ódio. Porém, a administração da rede social ainda não tomou nenhuma atitude quanto às postagens.

https://help.twitter.com/pt/rules-and-policies/twitter-rules…

https://help.twitter.com/pt/rules-and-policies/hateful-condu…

Desde que deixou a prisão por assassinar o músico Euronymous, do Burzum, em 2009, Varg Vikernes tem utilizado a internet para publicar suas ideias, parte delas ligadas ao neonazismo. Em 2013, ele chegou a ser detido junto de sua esposa, na França, sob suspeita de planejar atos de terrorismo, mas foram liberados após nenhum alvo da suposto ato ser identificado.

Todavia, na mesma ocasião, Varg foi acusado de incitar ódio racial contra judeus e muçulmanos, o que é crime na França, devido a postagens em seu blog. Ele afirmou que não era o autor dos textos em questão, embora sejam creditados a ele. Ele foi condenado a seis meses de liberdade condicional e pagamento de multa de 8 mil euros.

Em 2019, o canal de YouTube de Varg foi removido da plataforma em meio a um “limpa geral”, onde diversas páginas foram excluídas em uma medida que visa coibir a propagação de ideais neonazistas.

Em um dos vídeos, por exemplo, ele disse que os brancos deveriam “apreciar e proteger” sua raça. Em outro, ele faz uma espécie de manual sobre “como atrair uma boa esposa” usando a eugenia (conceito que acredita em suposto controle social para melhorar ou empobrecer qualidades raciais das futuras gerações – e que chegou a ser usado na ideologia nazista) como base de argumentação. Era comum, em suas filmagens, que Varg afirmasse que os judeus controlam o mundo por meio de uma conspiração secreta.

Por Igor Miranda
Fonte: Whiplash

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