Megadeth reluz de forma renovada, exuberante e flamejante no novo álbum The Sick, The Dying… And The Dead!

Por todos os momentos grandiosos e os ocasionais tropeços aqui e acolá em sua longa carreira, é incontestável que a trajetória do Megadeth, que é um dos “big four” do thrash metal norte-americano, cujos atributos como riffs e solos sobressaem em relação aos seus pares, reluz de forma renovada, exuberante e flamejante no novo álbum The Sick, The Dying… And The Dead!

Com a formação estabelecida há alguns anos, o líder do Megadeth, Dave Mustaine, soube explorar os pontos fortes de Kiko Loureiro (guitarra) e Dirk Verbeuren (bateria), fato facilmente comprovado numa primeira audição da faixa-título, Life In Hell e Night Stalkers, que formam uma trinca matadora, onde o ouvinte se pegará aumentando o volume do som de forma inconsciente.

O toque acústico na introdução Dogs Of Chernobyl é a ‘bonança antes da tempestade’, já que o ritmo acelerado e pesado imposto na música vai, possivelmente, agredir os ouvidos mais sensíveis. As intervenções e linhas de guitarra em Junkie relembram a clássica Peace Sells, no entanto, não soam como um pastiche e fora de esquadro.

Psychopathy surge como uma espécie de preâmbulo de Killing Time, que vem como mais uma prova da confiança de Mustaine em Loureiro, já que a convergência entre linhas acústicas e solos virtuosos traz dinâmica e amplia as nuances do trabalho.

O trabalho lírico também merece destaque, já que o olhar crítico imposto por Dave aponta e retrata a vida em mundo estéril, selvagem e frio, de condições desafiadoras e ofensivas. O álbum não é conceitual, entretanto, as letras versam sobre as chagas da sociedade, algo que Mustaine sempre descreveu com maestria.

O tempero industrial em Soldier On! agrada, assim como o quê gótico de Mission To Mars, sendo assim, colaboram para grandiosidade sonora do álbum. Célebutante é uma ótima candidata a figurar no repertório dos shows, com sua ‘vibe’ urgente vai cativar a galera que não abre mão de riffs e solos guitarras virtuosos.

A sagaz parceria de Loureiro e Mustaine também é evidenciada em We’ll Be Back, primeiro single do disco, que dispara sem dó e piedade uma saraivada de palhetadas e licks de guitarra que vão desafiar até mesmo o praticante de ‘air guitar’.

O cover de Police Truck, do Dead Kennedys, e This Planet’s On Fire, de Sammy Hagar, que inclusive participa da releitura do Megadeth, são divertidas e finalizam o álbum com gosto de quero mais.

The Sick, The Dying… And The Dead! é mais do que apto a tomar posição de destaque na longa discografia do Megadeth. Mustaine & Cia conseguiram o difícil feito de trazer atenção aos atributos como virtuosismo instrumental e não soar enfadonho e monótono, como uma vídeo-aula que só faria alegria de meia dúzia de amantes de arpejos e sweep-picking. Ouça bem alto e sem medo de incomodar os vizinhos!

Tracklisting de The Sick, The Dying, And The Dead:

“The Sick, The Dying… And The Dead!”
“Life In Hell”
“Night Stalkers” (com Ice T)
“Dogs Of Chernobyl”
“Sacrifice”
“Junkie”
“Psychopathy”
“Killing Time”
“Soldier On!”
“Célebutante”
“Mission To Mars”
“We’ll Be Back”
“Police Truck”
“This Planet’s On Fire (Burn In Hell)” (com Sammy Hagar)

Nota 9

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