O baixista e vocalista do Black Pantera, Chaene da Gama, bateu um papo com a apresentadora Andreza Delgado, do canal TV PerifaCon, e falou sobre a baixa representatividade de pessoas negras no rock n’ roll em décadas atrás.
“Os integrantes negros davam para contar nos dedos. Às vezes, o cara nem se via como negro, porque tem a questão do colorido. Eu gostava muito da Legião Urbana porque o baixista da banda era um negão, era um negrete. Aquilo para mim era fantástico. Gostava de ver as fotos dos caras e ver um negro lá.
No rock nacional dos anos 80, tinha o Clemente, que está aí até hoje com os Inocentes. Nos anos 90, o O Rappa já tinha uma questão mais ativa, com uma banda mais miscigenada. Mas você ainda precisa contar nos dedos quantos integrantes negros tem nas bandas”.
Chaene destacou: “Quando Derrick entrou para o Sepultura, foi um momento histórico para mim por duas coisas: era um negão foda cantando no Sepultura e o cara era gigante com dreads enormes. Mas muitos amigos meus não gostaram dele na banda, e não sabiam explicar o por que de não gostar. Eles não gostaram por que o cara é preto”.
“E o cara é foda! Ele canta muito e destrói! Tenho orgulho em dizer que ele é meu amigo. Mas eu imagino o que ele passou entrando no Sepultura naquele momento. Ele podia ter desistido! Ele mesmo fala que sofreu muito preconceito. Até hoje tem uma galera que torce o nariz”, finalizou o baixista.
Assista a entrevista completa no player abaixo:
Derrick como frontman e músico é fraco mesmo. Nada a ver com rascismo.