Rhapsody Toca Symphony Of Enchanted Lands Na Íntegra E Emociona Fãs Cariocas

Goste ou desgoste! Mas é fato, incontestável, diga-se, que o symphonic power metal é um dos subgêneros do heavy metal com mais admiradores nos quatro cantos do planeta, onde sua pompa e resplendor remetido a era barroca encontra harmonia e esteio em temas fantasiosos, permeando no imaginários dos fãs com histórias de guerreiros, magos, reinos malignos e a famigerada saga entre o bem e o mal.

A aristocracia do estilo fica por conta da banda italiana, Rhapsody, que começou, no último dia 06 de maio, no Vivo Rio, Rio de Janeiro, a perna brasileira da turnê de despedida, presenteando o público carioca com a grandiosidade e o esplendor de suas canções. O às da atual turnê é a execução do clássico álbum, Symphony of Enchanted Lands, na íntegra, o que por si só garantiria o sorriso largo no rosto dos fieis escudeiros da banda, no entanto, o grupo foi além com algumas surpresinhas e fez a noite receber fácil, fácil, predicados como memorável e épica.

Antes de ser apresentada a principal fábula da noite, a celebração começou com a banda brasileira, Armored Dawn, que brindou os fãs com seu ótimo e refinado heavy metal, onde o seu álbum de estreia, intitulado de Viking Soul, fez as honras e alicerce da apresentação dos brasileiros. Armored Dawn vale cada minuto investido em uma audição atenciosa, e dessa forma se assemelha a ótima apresentação do grupo, que cativa do primeiro ao último acorde.

Quando a introdução Epicus Furor ecoou pelo Vivo Rio, os fãs estavam sedentos em presenciar um dos capítulos da saga de Ice Warrior em busca de Emerald Sword, todavia, já com a banda no palco pronta para execução de seu repertório, um problema de ordem técnica obrigou os músicos retornarem à coxia e esperarem que o contratempo fosse solucionado. Pouco minutos depois, e agora para valer, Epicus Furor ressoou pelos PA’s e serviu ‘open act’ para empolgante Emerald Sword.

E por falar em empolgação, a banda, formada por Fabio Lione (vocal), Luca Turilli (guitarra), Dominique Leurquin (guitarra), Patrice Guers (baixo) e Alex Holzwarth (bateria), esbanjou vigor e disposição durante toda apresentação, o que colaborou, e muito, para que a pista pegasse fogo com os fãs cantando cada verso e refrão de canções do já citado clássico Symphony of Enchanted Lands e outro clássicos.

Wisdom of the Kings e Eternal Glory mantêm o pique nas alturas, enquanto que a reflexiva e dramática Wings of Destiny se escora na ótima performance e interpretação de Fabio Lione. Já a complexa e erudita, The Dark Tower of Abyss, veio destacar a impecável e primorosa técnica de Luca Turilli & CIA.

A genial Symphony of Enchanted Lands encerrou o primeiro ato da noite, abrindo precedente para que temas como Land of Immortals, do álbum de estreia Legendary Tales, e a canção homônima ao ótimo disco Dawn of Victory fossem executadas com a imponência, elegância e nobreza do mais alto monarca, o que figurou motivo de sobra para que os fãs recebessem tais canções com puro êxtase e figurassem como um dos momentos de maior destaque da noite.

Qualquer olhar desconfiado por conta dos desnecessários solos de Patrice Guers (baixo) e Alex Holzwarth (bateria) foi deixado de lado com a execução do primeiro ‘encore’, Rain of a Thousand Flames, que fora responsável em transformar o Vivo Rio em um campo de batalha, onde os fãs bradavam os versos e refrãos da música de forma tão intensa que era difícil perceber, em certos momentos, o vocal de Lione.

Todavia, o cantor descontou com a interpretação primorosa em Lamento Eroico, que com seu quê operístico trouxe, ainda mais, emoção à apresentação dos italianos. O ‘grand finale’ é com a pesada e gloriosa Holy Thunderforce, que como já era de se esperar, fora responsável por trazer alvoroço, muitos punhos cerrados ao ar e uma explosão nuclear em forma brados e gritos.

O Rhapsody, como comunicado aos montes, está perto de encerrar às atividades, entretanto, conclui sua carreira com dignidade, honra e aristocracia, e tais adjetivos foram extensivamente testemunhados pelos fãs cariocas que prestigiaram um dos precursores do symphonic power metal em ação em mais uma noite de glória perpétua.

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