Primator Segue Em Passo Firme Ao Reconhecimento Mundial

Como muitos sabem, o heavy metal brasileiro é muito bem representado e, consequentemente, respeitado nos quatro cantos do planeta. E na lista brasileira dos grupos que merecem prestígio pelo seu excelente trabalho está a banda paulistana, Primator, que se consagra com primor pelo seu ótimo heavy metal.

E para conhecer um pouco mais sobre o grupo; saber a quantas andam o novo álbum de estúdio; a repercussão do disco Involution, lançado em 2014, e os planos para o futuro, que o RockBizz, em parceria com o Som do Darma, foi bater um papo com o baixista, André dos Anjos. Então, sem delongas, porque a palavra é do André.

Vocês estão em fase de pré-produção do novo disco. Podem nos adiantar o que está por vir?

André dos Anjos: É verdade! Ainda estamos nesta fase bem inicial mesmo e não sei se dá pra revelar muita coisa (risos). Brincadeiras à parte, o single de To Mars revela bastante coisa do que deve vir nesse novo trabalho. Ela tem uma pegada mais forte em timbres e velocidade que deve permear todo o resto de nossa produção, além de um melhor uso dos elementos vocais que deve ser marca neste novo trabalho.

Involution marcou a estreia da banda. Geralmente uma banda acaba evoluindo seu som nos trabalhos subsequentes. O que você acha que deu certo no disco de estreia e que será mantido como parte da identidade musical do Primator e o que ainda merece ser melhor explorado na sonoridade da banda?

André: Sinceramente, quando estamos em composição não nos preocupamos em seguir uma predeterminação de composição ou usar elementos com o intuito de reproduzir um gênero ou padrão. Nosso processo é bem intuitivo e direcionado pela receptividade da própria banda ao se ouvir. Mas com certeza devemos repetir essa base de guitarras com riffs fortes, algumas dobras. Um vocal de destaque, bem expressivo e uma cozinha coesa.

Das composições que estamos trabalhando, estamos explorando melhor a velocidade e cadencia das faixas e criando arranjos elaborados com outras linhas de guitarras e coros vocais. Nosso objetivo é produzir um álbum mais denso em sonoridade e com uma rítmica mais agressiva.

Em Involution, o grupo explora o tema da involução, baseado na Teoria das Espécies de Darwin, além de outros filósofos e psicanalistas. Você já tem ideia do tema que irá nortear as músicas do novo álbum? Podemos esperar um disco conceitual dessa vez, quem sabe?

André: Não é nossa intenção criar um álbum conceitual, onde todas as faixas estejam diretamente ligadas e dentro de um contexto único. Mas nos agrada a ideia de criar um tema ou um elemento central e comum que une as canções e traga um conceito ao álbum, similar ao que aconteceu na finalização do Involution. Algo nessa linha deve surgir.

Posteriormente ao lançamento de Involution, o Primator disponibilizou um videoclipe/single chamado To Mars, com produção de Mario Linhares (Dark Avenger). Linhares será o produtor do novo álbum também?

André: O Mario continuará com a produção vocal no novo álbum e, obviamente, nesse processo, muita coisa do instrumental também acaba sendo adequada, como aconteceu com a To Mars, cuja letra e melodia são de autoria dele.

Da primeira versão que fizemos até a que está gravada, podemos notar uma grande mudança na música, graças ao trabalho de acompanhamento que o Linhares fez conosco e também do nosso amadurecimento ao entender a proposta dessa parceria.

Voltando a falar sobre o tema da involução, vivemos um momento de crise moral e existencial em todo o mundo. No Brasil, especialmente, as questões políticas tem sido o epicentro dessa crise. Talvez a capa do disco Involution nunca tenha feito tanto sentido como agora. Mas devemos ser realistas e considerar que essa ideia da involução e do momento atual é negativa, e que não há esperança de um futuro (bom) se continuarmos dando passos para trás. Que mundo vocês do Primator querem ver para suas filhas e filhos no futuro? O da volta da Pré-História?

André: A crítica que o Involution faz não sugere um retrocesso do processo evolutivo humano, ou que deixemos de lado os avanços conquistados até aqui. A crítica levantada pela temática do álbum sugere justamente uma reflexão do momento atual vivido e uma possível constatação de que a origem de grande parte dos males vivenciados na atualidade é reflexo de ações do próprio homem.

O ponto central desta crítica e o paralelo estabelecido com a teoria de Darwin é justamente a prevalência do mais forte sobre o mais fraco. A questão que adicionamos é o quanto este ímpeto de busca de poder, quando levado ao extremo, pode ser prejudicial a humanidade como um todo.

Se olharmos o mundo hoje, teremos diversos exemplos dos malefícios desta constante e ação em busca de privilégios do poder: guerras no mundo por questões étnicas, religiosas ou políticas; fome e miséria em centenas de nações enquanto há fartura em outras poucas; concentração das riquezas em um público restrito; poluição e degradação ambiental para manutenção de cartéis poderosos em detrimento a busca de energias e combustíveis renováveis e muitos outros exemplos que poderiam ser citados.

Acreditamos que é o momento deste questionamento ser realizado com o propósito de uma mudança que nos leve a uma nova era, onde a colaboração e ações para o bem comum sejam os pilares desse “novo” ciclo evolutivo. Esse é o mundo que queremos para nossos filhos e filhas.

Para finalizar, uma escolha, e apenas uma: Opção 1 – música como fonte de fama e dinheiro; Opção 2 – música como fonte de expressividade e realização social, independente de reconhecimento? E por que?

André: Com certeza música como fonte de expressividade e realização social, independente de reconhecimento. Para nós, música é arte e, como toda arte, ela deve expressar a ideia e os ideias de seus criadores e, de alguma maneira, trazer ao seu público valores e reflexões, ainda que em um nível abstrato. Acreditamos que não conseguiríamos produzir algo com um objetivo diferente deste e fama e dinheiro são resultados de um trabalho apreciado neste campo artístico.

Informações:
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www.soundcloud.com/bandaprimator
www.twitter.com/primatormetal

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