On Broken Wings: “Gravar Um Disco Pode Ter Estresse E Pressão”

Com quinze anos de estrada e de bons serviços prestados ao crossover, os norte-americanos do On Broken Wings se preparam para lançar o novo trabalho de inéditas, Disintegrator, que será o quinto trabalho de estúdio da banda. E foi para saber um pouco mais sobre o novo álbum; a pausa nas atividades do grupo, que provocou o atraso no lançamento do disco; o processo de amadurecimento dos músicos e banda e, como praxe, mais algumas curiosidade, que o RockBizz, em primeira mão, foi bater um papo com o simpático guitarrista, Burke Medeiros. Então, sem mais apresentações, afinal, quem tem muito a dizer é o Mr. Medeiros.

No próximo dia 19 de agosto, vocês lançarão o novo registro de estúdio, intitulado de Disintegrator. O que os fãs podem esperar desse álbum?

Burke Medeiros: Eu sei que muitos fãs estão esperando pelo novo material há um bom tempo, e eu sei que alguns fãs já estão irritados com essa demora. Disintegrator trará aquele som pesado que todo mundo espera escutar do On Broken Wings.

O disco foi produzido por Mike McMillen. Eu acredito que tenha sido uma ótima decisão, visto que ninguém sabe mais que vocês qual o tipo de som a banda está procurando, não é?

Burke: Com certeza! Foi um processo super descontraído. Sem orçamento e prazo e, o melhor, sem ninguém a dar satisfação do que a nós mesmos. Com esse processo, nós nos permitimos sentar e descobrir o que, realmente, nós queríamos para as estruturas das músicas ou para o timbre de guitarra, por exemplo.

Nós, sinceramente, não estávamos com pressa. A gente queria ficar feliz com o resultado do trabalho, o que acabou acontecendo.

Vocês já lançaram quatro álbuns, ou seja, não há mais nada a provar a ninguém; o OBW é um nome estabelecido no mundo da música. Dito isso, você acredita que é mais fácil gravar um disco hoje em dia? Ou ainda há pressão independente do tempo que você está nesse negócio?

Burke: Gravar um disco pode sempre ter estresse e pressão. Eu acho que estar nesse negócio, há um bom tempo, te obriga a lidar com muito mais coisas. Além do processo de composição e gravação, você também quer, por exemplo, que a capa seja da forma que a banda imaginou, o que nem sempre é algo fácil de conseguir. Você quer tudo 100% perfeito, mas nem sempre tudo se encaixa tão certo assim.

O que mudou desde o lançamento do EP, Number One Beautiful, até agora com o Disintegrator?

Burke: Nós, basicamente, crescemos como seres humanos. Nós já vimos e experimentamos muitas coisas que nos mudaram quanto a músicos e como abordamos nossas influências musicais. A agressividade e intensidade dos novos álbuns colocam no chinelo o Number One Beautiful, além disso, a qualidade de gravação é mais um ponto que mudou consideravelmente em relação ao NOB.

O último álbum, antes de Disintegrator (além do EP Going Down, de 2007) foi o It’s All a Long Goodbye, datado de 2005. Porque vocês levaram tanto tempo para gravar um novo ‘full-length’?

Burke: A gente precisava, basicamente, de uma pausa da indústria musical. Nós estávamos excursionando muito na época e a estrada, depois de um tempo, te cobra um preço muito alto. Nós cumprimos nosso contrato de gravação com a Euroly Recordings e não tínhamos mais nada acertado.

A gente precisava de tempo para sentar, ver como as coisas caminhariam e reavaliar nossas carreiras. E foi exatamente isso que fizemos, tocando com bandas diferentes e crescendo como pessoal. Isso nos ajudou a sintonizar com nosso som e o processo de composição.

Vocês já dividiram palco com Killswitch Engage, The Black Dahlia Murder, Between The Buried and Me e The Acacia Strain. Como foram essas experiências?

Burke: A gente veio da mesma geração dessas bandas. Nós sempre nos encontramos em lugares que essa galera está, ou seja, a gente estava lá tocando com o BTBAM em um lugar para 2000 pessoas ou, em 2003, quando estávamos com o TBDM tocando, em outro clube, com capacidade para 80 pessoas. Nossos caminhos já se cruzaram inúmeras vezes durante esses anos.

Qual o segredo de sempre ter toneladas de energia quando vocês estão no palco?

Burke: Basicamente: não se contenha! A gente libera muita energia no palco e, quando a plateia está conosco, nos faz querer pegar mais pesado ainda. É como se jogasse gasolina no fogo. Você, definitivamente, sente os efeitos depois do show quando a adrenalina começa a abaixar.

Eu me alongo muito antes de tocarmos, porque já cometi o erro de não fazer isso antes e não foi nada legal. Quando saio do palco parece que fui atropelado por um trem. Não é um bom sentimento, mas vale muito à pena pagar esse preço, porque não tem nada parecido com essa experiência.

Qual foi a coisa mais maluca que você viu do palco?

Burke: Ohhh! Essa é uma pergunta bem difícil de responder. Eu diria que foi em 2005, em Louisville, Kentucky, USA. Era uma noite bem quente de verão e todo mundo no clube estava meio irritado por causa do calor.

Bem, isso não ajudou a resolver a situação, só a tornou pior. O pessoal começou a jogar cadeiras, mesas, latas de lixo e tudo mais que tinha pela frente, então, veio os policiais e evacuaram a casa de show. Nosso vocalista acabou sendo preso e indicado por incitar tumulto. Não dá para mexer com o pessoal do Sul, eles levam as leis bem a sério. Essa é outra coisa bem louca que eu não deveria falar.

Qual a experiência mais estranha que já teve com um fã?

Burke: Essa é difícil de escolher também. Eu diria que excursionar pela Europa e tentar se comunicar com um fã que não fala inglês. Não é estranho, mas foi algo que nunca tinha me acontecido. Eu quase me senti mal, afinal, eu não pude falar direito com a pessoa. Os fãs são o que te mantém seguindo em frente e é ótimo poder retribuir.

Por favor, convide os fãs do Brasil e da América Latina para conferirem o álbum Disintegrator.

Burke: (falando em português) Se você gosta de música pesada sugiro conferir o nosso novo álbum, Disintegrator. Disponível 19/08/16

Esse é seu espaço, você pode fazer qualquer consideração.

Burke: Nós esperamos visitar e tocar por aí nos próximos anos. Obrigado.

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