Metallica: Uma máquina de guerra no Rock in Rio 2013

Ao pensar nos grandes nomes que já passaram pelos palcos do hoje multi continental festival Rock in Rio, a banda californiana Metallica comporta a responsabilidade de ser um dos maiores pilares na construção do legado do festival, cuja máxima, perfeitamente atribuída, é de superação a cada edição.

Mesmo com o dia cansativo devido à maratona de shows e com o agravante de quase meia hora de atraso, o público de 85 mil pessoas estava ciente que nada menos que grandioso seria presenciado na noite do último dia 19.

Com a icônica introdução “The Ectasy of Gold (Ennio Morricone)”, a avalanche sonora dos norte-americanos tem seu pontapé com “Hit the Lights”, que não mede esforço em causar danos e seqüelas auditivas aos mais sensíveis, assim como “Master of Puppets” e seu instantâneo convite às rodas de “mosh”, que chegam como uma bomba nuclear aos mais sossegados ou aos mais cansados.

“Holier Than Thou” e “Harvester Of Sorrow” mantêm em alta a dinâmica do show; “The Day That Never Comes” é a maneira que a banda representa o álbum (“Death Magnetic”) responsável por trazer parte do brilho perdido por conta de algumas pequenas escorregadelas; “Memory Remains” cumpre a obrigação de fazer todos cantarem em uníssono seu pegajoso refrão.

O vocalista James Hetfield (vocal/guitarra) é o general dessa tropa, sendo assim, seguro em sua forma de comunicar, cantar e entreter; Lars Ulrich (bateria) passa longe de ser o supra-sumo de seu instrumento, mas consegue, de forma básica, cumprir sua responsabilidade, sendo responsável pela infantaria; Kirk Hammett (guitarra) é o guia das passagens mais complexas com solos velozes, cabendo analogia fácil à artilharia pesada do ‘front guerra’, assim como Rob Trujillo (baixo) que atua muito bem na mesma área do ‘front’. São as peças dessa máquina de guerra.

E as engrenagens que compõem tal máquina de guerra são perfeitas a ponto de não deixarem lacunas ou espaços não preenchidos, o que favorece, e muito, uma ótima dinâmica de show, com público em êxtase do primeiro ao último acorde e, lógico, os músicos satisfeitos com o feedback mais do que positivo.

Com um repertório bem estruturado, o Metallica abrangeu alguns dos muitos apogeus que vivera outrora, por exemplo: “Sad But True”, “One”, “Welcome Home (Sanitarium)”, “For Whom the Bell Tolls” e as infalíveis “Nothing Else Matters”, com seu lado mais intimista, e “Enter Sandman”, mais festivo.

Para o final, a banda reserva uma das maiores trincas do thrash metal:“Creeping Death”, “Battery” e Seek and Destroy”, colidindo com a onda sonora vinda do público em cada refrão e melodia das canções citadas.

Nas próprias palavras de James: “Nós temos prazer em estar aqui”. Arrisco afirmar que todo público teve essa mesma sensação, caro Hetfield. Então, que essa perfeita máquina de guerra possa voltar aos palcos brasileiros, com disco, repertório e palco novos, para acabar com qualquer organismo vivo que esteja a sua frente.

Escrito por: Marcelo Prudente

Fonte: Território da Música

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