Maximus Festival Se Destaca Hoje Como O Principal Festival Brasileiro Dedicado À Música Pesada

A agenda brasileira de shows de rock e metal já era movimentada há anos com vários nomes da música pesada dando o ar da graça pelas bandas de cá, no entanto, faltava um evento nos moldes dos principais festivais europeus e que tivesse um diferencial a fim de atrair o público. Com isso, o Maximus Festival veio suprir essa lacuna com o quê a mais em apostar em grupos mais novos, o que fora uma decisão para lá de bem aceita pelo público, que comprou a ideia e prestigiou a edição do ano passado (2016) e lotou o autódromo de Interlagos (São Paulo), no último sábado, para prestigiar a segunda edição do Maximus Festival.
Com a já mencionada pegada dos eventos europeus, o Maximus Festival trouxe um cast para agradar gregos e troianos com os shows divididos em três palcos: Maximus Stage; Rockatansky e Thunder Dome, o que facilitou a dinâmica para que as apresentações fossem ininterruptas, delegando ao público a escolha de assistir essa ou aquela atração segundo o respectivo gosto.

A festa começou, pontualmente, às 12h, no palco Thunder Dome, com o show energético de Nem Liminha Ouviu, que disparou sem dó seu rock n’ roll direto, dando pistas que a diversão seria a tônica de todo festival. Uma rápida corrida ao palco Rockatansky para conferir o Oitão descarregar seu hardcore ríspido e sem firulas, agradando, e muito, o considerável público que se reunia em frente ao palco para conferir o segundo trampo do chef Henrique Fogaça.

O Maximus Stage estreou com os norte-americanos do Red Fang, que com seu quê a lá Mastodon e som recheado de fuzz, desfilou seu sludge metal com temas de seu mais recente álbum de estúdio, Whales and Leeches, e alguns clássicos de sua carreira. No mesmo horário os brazucas do Dead Fish davam seu recado e agitava o público no palco Thunder Dome, que, infelizmente, mudou de posição, em relação ao ano anterior, ficando um pouco mais longe dos dois palcos principais, o que exigiu um bocado do público para se desdobrar e prestigiar as atrações nos respectivos palcos.

Mesmo com o tempo curto de apresentação, Hatebreed é pura unanimidade, assim como o seu hardcore regado a boas doses de thrash metal, que agitou demais, diga-se, com sons do teor de To the Threshold, Destroy Everything e Empty Promises, garantindo os moshes pits e o deleite dos fãs. Com a troca de palco desembaraçada e fluindo sem tropeços, os alemães do Böhse Onkelz foram a atração seguinte no Maximus Stage, no entanto, tiveram uma recepção apática da plateia, empolgando pouco com seu punk n’ roll cantado em alemão. Na mesma toada dos alemães, o punk rock de The Flatliners pouco contribui para o saldo positivo do festival, sendo adulado por uma tímida parcela de fãs.

A infraestrutura do festival é de causar inveja aos mais consagrados eventos brasileiros, onde lojas de merchandising; butiques; barbearias; tattoo shop; diferentes tipos de restaurantes e especialidades culinárias; bares; inúmeros banheiros químicos e ótima sinalização dentro do evento complementaram a satisfação do público e engradeceu a experiência de prestigiar um evento de grande porte voltado, essencialmente, ao som pesado.

A Suécia veio representada pela vossa santidade Papa Emeritus e os Nameless Ghouls, sendo os responsáveis por esquentar o Rockatansky com sua missa negra, onde não faltaram sons como as novatas Square Hammer, Cirice e as já clássicas Ritual e Year Zero. E por falar em esquentar, o spooky man, Rob Zombie, incendiou o Maximus Stage e trouxe, como já era de se esperar, uma das melhores performances e shows de todo o festival, com o suprassumo de sua carreira que veio sob os acordes de Superbeast; Living Dead Girl; More Human Than Human; Thunder Kiss ’65, com o adendo de clássico da tia Alice, School’s Out, e Dragula.

Enquanto Mr. Zombie debulhava seu repertório, o palco Thunder Dome recebia a veterana banda californiana de hardcore e punk rock, Pennywise, que não deixava pedra sobre pedra, com sons como Wouldn’t It Be Nice, Peaceful Day, Same Old Story e Perfect People. A expectativa em torno da apresentação do Five Finger Death Punch foi compensada com uma performance ímpar do grupo norte-americano, tendo a trinca inicial Lift Me Up, Never Enough e Wash It All Away uma incrível recepção dos fãs. Além do repertório azeitado e energético, o 5FDP ganhou o público fácil, fácil, pela ótima presença e domínio de palco do vocalista Ivan Moody e CIA, que souberam, como ninguém, conduzir a festa a um de seus clímax por tal apresentação.

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Os veteranos do Slayer trouxeram, sem dúvida alguma, o show mais brutal de todo o festival – considerado por muitos o verdadeiro headliner do evento – com seu thrash metal afiado, despejando riffs, solos e uma hecatombe sonora com clássicos como Angel of Death, Raining Blood, War Ensemble e, lógico, com a novata, pesada e ótima, Repentless. Ao mesmo tempo em que o Slayer trazia o inferno à Terra no Maximus Stage, o Thunder Dome recebia um grande número de pessoas para conferir o som do Rise Against, que não se fez de rogado e mostrou seu grande poderio sonoro com The Violence, Ready to Fall e Savior, agradando a todos os fãs e finalizando as atividades no citado palco.

Com status de banda grande, o Prophets of Rage, que tem em sua formação membros do Rage Against the Machine (Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk); Public Enemy (Chuck D e DJ Lord) e Cypress Hill (B-Real), provou que seu rap rock/funk metal tem adesão da plateia, e relembrou que canções do RATM como Testify, Bulls on Parade, Killing in the Name, Guerrilla Radio e a autoral e inédita Unfuck The World ainda são responsáveis por inúmeros moshes pits, punhos cerrados ao ar e muita agitação dos incansáveis fãs.

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A controvérsia em relação ao headliner, Linkin Park, fora um dos debates que pipocaram antes, durante e depois do festival. Bem, o fato é que algumas pessoas se decepcionaram com tal escolha para fechar o evento e, após as apresentações de Slayer e Prophets of Rage, deixaram o autódromo de Interlagos. Entretanto, não pense que a apresentação do às do nu metal ficou apequenada ou desbotada, já que um número considerável de público se juntou no Maximus Stage para conferir e cantar juntos com a banda temas como One Step Closer, In the End, Faint e Numb.

Com quase doze horas de muita música e diversão, a edição do Maximus Festival 2017 chegou ao fim contabilizando um saldo deveras positivo e favorável, tendo, hoje em dia, a responsabilidade de ser o principal festival brasileiro em que o som pesado é, e sempre será, o protagonista. A contagem regressiva para a próxima edição já está em curso, e que venham muitas atrações inéditas e, lógico, de peso para que a premissa de apostar em novas e diferenciadas atrações continue sendo o mote do festival.

Colaboração: Livia Teles

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